16 dias, 16 exposições. Festival de Banda Desenhada chega em junho a Beja

Já foi divulgada a programação da próxima edição do Festival Internacional de Banda Desenhada de Beja, um dos mais importantes do país. Francisco Alvarenga (texto)

A belga Alix Garin, que aos 26 anos já tem obra traduzida em 14 idiomas, o francês Jacques Tardi, “mestre incontestável da reconstrução histórica e da crítica social”, o ilustrador português Miguel Rocha, várias vezes premiado, ou a ilustradora algarvia Kachisou, vencedora do concurso Universo Manga 2019, são algumas das presenças já confirmadas no Festival Internacional de Banda Desenhada de Beja, que irá decorrer entre os próximos dia 7 e 23 de junho.

Para a edição deste ano estão programadas 16 exposições, na Casa da Cultura de Beja, além de “muitos autores representados, trazendo novidades um pouco de todo o mundo”, na expressão de Paulo Monteiro, o diretor do festival, prometendo uma programação paralela “diversificada”, com apresentação de projetos, conversas com autores ou lançamento de livros, além dos já tradicionais concertos desenhados, entre outras atividades.

Outro ponto forte do festival é o mercado do livro, onde estarão representados cerca de 60 editores. Das 16 exposições agendadas, três são coletivas: “Herdeiros do Manguito”, com trabalhos resultantes de um curso de banda desenhada no Museu Bordalo Pinheiro, “Portugal em Bruxelas” ou “Toupeira”, esta última reunindo autores de Angola, Brasil, Inglaterra e Portugal.

Outra presença confirmada em Beja é a do realizador Pedro Fidalgo, que em fevereiro de 2022 estreou o documentário “Não Apaguem os Vossos Rastos! Dominique Grange, Uma Cantora de Protesto”. Neste filme, que se segue a “Mudar de Vida, José Mário Branco vida e obra” (2014), co-realizado com Nelson Guerreiro, Pedro Fidalgo continua a filmar a história através da canção de protesto, tendo escolhido Dominique Grange, também ela cantora de intervenção, “porque as suas canções transportam, ainda nos dias de hoje, os rastos do Maio de 68”. O documentário conta com a participação do consagrado autor de banda desenhada Tardi, que ilustra e dá voz ao filme.

Depois de quase uma década passada sobre o seu último livro, “Salazar – Agora e na hora da sua morte” (com argumento de João Paulo Cotrim), Miguel Rocha, um dos maiores e mais aclamados autores de BD nacionais, regressou em finais de 2022 com “A Rainha dos Canibais”, livro e exposição que também poderá ser vista em Beja. Trata-se de uma “viagem através do colonialismo e do império português, da África imaginada e romantizada, e de um exotismo que lembra o dos pulps [estilo musical], onde vai buscar muita da sua inspiração”. 

Confirmadas estão ainda exposições do argumentista e desenhador brasileiro André Diniz, dos italianos Gloria Ciapponi e Luca Conca ou dos espanhóis Miguelanxo Prado e Javier Rodríguez, entre outros.

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