“Ciência para os Desafios Globais” é o tema da edição deste ano da Noite Europeia dos Investigadores (NEI) que irá decorrer esta sexta-feira, na Praça 1.º de Maio, em Évora, entre as 17h00 e as 23h30, numa iniciativa organizada pela Universidade de Évora (UE) através do Laboratório Hércules.
A partir de trabalhos de investigação, demonstrações científicas, jogos, visitas temáticas e atividades online, a iniciativa pretende “consciencializar o público e provocar a reflexão” sobre os desafios globais, tais como a sustentabilidade ambiental, económica e social, explica Margarida Nunes, Margarida Nunes, investigadora do Laboratório Hércules, em entrevista à Alentejo Ilustrado.
Quais os objetivos desta iniciativa?
O evento pretende levar uma quantidade de atividades para a cidade, portanto, sair do espaço físico da academia e chamar a atenção das pessoas para os desafios globais atuais e para o papel da ciência face a esses desafios. No fundo, como é que podemos ajudar a resolvê-los. Mas, mais do que isso, queremos também desmistificar a figura do cientista, trazê-lo para perto das pessoas e tornar a ciência mais acessível, mais fácil de compreender pelo público em geral. Portanto, vamos literalmente dar a ciência às pessoas e partilhá-la. Esse é o objetivo principal das noites, das várias edições.
E porquê este tema?
O tópico deste ano é muito abrangente, “Ciência para os Desafios Globais”, e pretendemos abordar todos os temas que envolvem a sustentabilidade, principalmente a social e a económica.
Que atividades é que destaca do programa?
Vamos ter uma panóplia de atividades, das quais 80 serão presenciais e 12 online, que incluem muita coisa diferente, de jogos a uma espécie de speed dating, ao qual chamamos um brinde à ciência, onde as pessoas vão poder encontrar investigadores que vão estar a falar sobre os seus trabalhos e discutir um pouco as suas áreas. E temos ainda visitas guiadas e temáticas, relacionadas com o tópico deste ano. Para fechar, haverá um concerto pelo Focus Sax Quarteto, cujos membros fazem parte da Escola de Artes da Universidade de Évora.
Quem serão os cientistas presentes?
Temos cientistas de todas as áreas. A adesão deste ano foi incrível, tem vindo a aumentar de edição para edição. Contamos com pessoas de várias áreas do saber, desde as humanidades até às ciências exatas. Dentro desses dois grandes tópicos, temos representação de praticamente todas as escolas, de todos os departamentos da Universidade. E a isto adicionamos ainda as artes com bastantes atividades, portanto, podemos pensar em psicologia, ciências sociais, educacionais… até às físicas, às matemáticas,
às químicas e depois as arquiteturas, o design, por aí fora.
Como é que população pode participar?
É um evento totalmente aberto, gratuito e não são precisas inscrições. Qualquer pessoa que se interesse por estes temas, basta deslocar-se à Praça 1.º de Maio e nós lá estaremos com toda esta panóplia de atividades. As pessoas podem ir passando, podem ir interagindo, participando nas várias atividades e deixar-se estar connosco. Há algumas atividades que carecem de inscrição, mas essas estão indicadas no site da Noite Europeia dos Investigadores, mas são particularmente as visitas, porque estão limitadas a um número específico de pessoas. Vamos ainda ter uma prova comentada de cerveja que vai ser patrocinada pela Magnífica, que é a cervejaria que fica mesmo ao lado, uma spin off criada na Universidade de Évora.
Qual é a expectativa em termos de participação?
Estamos a contar receber entre 500 a 600 pessoas, é sempre um número muito volátil e que tem sempre focos de participação mais altos e mais baixos, dependendo da hora.
“SUNSET DE CIÊNCIA” EM PORTALEGRE
Portalegre também promove a Noite Europeia dos Investigadores. Esta sexta-feira, entre as 17h30 e as 22h30, no Jardim do Tarro, a ciência/investigação vai ao encontro da sociedade. A iniciativa resulta da parceria entre os Politécnicos de Portalegre, Setúbal e Beja, com cada uma das cidades a ter um programa próprio, “que evidencia o trabalho dos seus investigadores” e integrando atividades que permitem a exploração, a descoberta e a interação com a ciência e com quem a investiga.
Em Portalegre, haverá um “Sunset de Ciência”, organizado para atrair os mais diversos públicos e aproximá-los da ciência, de forma simples, divertida e cativante.
A Noite Europeia dos Investigadores realiza-se, anualmente, na última sexta-feira de setembro. É um evento que existe desde 2005, tendo sido promovido pela Comissão Europeia no âmbito das Ações Marie Curie. Atualmente, é realizado em 26 países e em mais de 300 cidades.