De Antígona a Maria da Fonte, esta é noite de “Província” no Salão Central

“Província - Uma Homenagem ao Minho e às Mulheres do Minho” é a proposta do Évora Teatro Fest para esta terça-feira, dia 15. Produzido pela companhia Momento - Artistas Independentes, o espetáculo começa pelas 21h30 no Salão Central Eborense.

Espetáculo que nasceu da “necessidade de repensar” o território do Minho e as tradições de uma região onde o encenador, Diogo Freitas, tem raízes familiares, “Província” é um texto de Filipe Gouveia para a Momento – Artistas Independentes, companhia de Famalicão.

“É um espetáculo sobre a província, sobre o território minhoto”, diz Diogo Freitas, acrescentando ter pretendido “fazer uma espécie de homenagem ao Minho e às mulheres”, como a mãe e a avó, que marcaram o seu crescimento.

“Espero que o texto esteja a fazer jus às memórias, às lendas, às tradições e também, principalmente, às mulheres do Minho, que foi o objetivo desde o início”, sublinha por sua vez Filipe Gouveia, numa conversa entre elementos do elenco divulgada pela companhia.

Nesse pequeno documentário, Cláudio Tavares, músico e sonoplasta, revela que para o espetáculo foi necessário “procurar os sons e os timbres do Minho, os instrumentos que são usados no Minho, os andamentos, os ritmos, as proporções harmónicas dos acordes e o repertório que é bastante vasto”. 

“Um dos nossos objetivos”, conta o encenador, “era fazer uma espécie de releitura, não apenas de pegar numa lenda e contá-la, mas criar uma linha dramatúrgica com todas estas narrativas, costumes, histórias, tradições, sabendo que às vezes as pessoas há pessoas que se ofendem quando se pegam em tradições ou em letras e se põem outras melodias”. 

“De geração a geração, as tradições nunca são exatamente iguais e vão sempre evoluindo porque estamos sempre em evolução”, responde Filipe Gouveia, sublinhando que o texto “não fica fixo numa tradição geracional e explora como uma tradição pode evoluir , não tem de ser estanque, e como o importante da tradição às vezes pode ser o que está na sua, a essência, a ideologia, a lenda que está por trás, a história, a maneira como chegou, aquela imagem, aquele formato que hoje vemos, e não tanto na forma de ser”. 

Na peça, acrescenta, há “algum paralelismo” entre a história de mulheres do Minho e parte da mitologia grega, de Maria da Fonte, “que quer enterrar um corpo no território da igreja e num cemitério ao lar livre”, ao contrário de Antígona qie quer enterrar o irmão. “É um paralelismo que nos pareceu muito óbvio na altura, que nos fez todo o sentido”. 

Partilhar artigo:

ASSINE AQUI A SUA REVISTA

Opinião

PUBLICIDADE

© 2024 Alentejo Ilustrado. Todos os direitos reservados.

Desenvolvido por WebTech.

Assinar revista

Apoie o jornalismo independente. Assine a Alentejo Ilustrado durante um ano, por 30,00 euros (IVA e portes incluídos)

Pesquisar artigo

Procurar