Município de Mourão está de luto pela morte de Marco Paulo

A Câmara de Mourão decretou esta sexta-feira como dia de luto municipal pela morte do cantor Marco Paulo. “É um momento triste para o concelho”, diz o presidente da Câmara, João Fortes. Ana Luísa Delgado (texto)

A morte do cantor Marco Paulo, nascido em Mourão a 21 de janeiro de 1945 e que lutava há vários anos contra um cancro, levou a Câmara a decretar para esta sexta-feira dia de luto municipal. “Foi um resistente, um exemplo, uma inspiração até ao último suspiro”, diz o presidente da autarquia, João Fortes, considerando tratar-se de um “momento triste” para o concelho.

“O Marco Paulo levou muito longe o nome de Mourão, inclusivamente além fronteiras. Perdemos um ícone nacional, e Mourão está de luto”, acrescentou o autarca, cujo último contacto com o músico ocorreu há cerca de um ano. Sobre a mesa esteve a intenção de levar para o concelho uma parte importante do espólio de Marco Paulo, incluindo discos, fatos e outros objetos. Era essa a vontade do artista. E João Fortes está convicto que será concretizada: “Esperamos poder perpetuar o legado deste grande artista português”.

Como a casa onde o cantor nasceu está ocupada por um particular, a intenção é instalar este espólio na galeria municipal. “Devido ao estado evolutivo da doença não nos foi possível chegar a uma minuta de doação do espólio, mas esperamos voltar a encetar conversações com os familiares, passado este momento de grande dor”, diz João Fortes, sublinhando que o objetivo “é perpetuar o legado e as origens de Marco Paulo, não só para a comunidade local, mas para todos aqueles que cresceram com Marco Paulo, um cantor cujas músicas intemporais extravasam gerações e épocas”.

“O espaço da galeria municipal é condigno, teve o aval do próprio Marco Paulo e a partir de agora só o destino ditará o que irá acontecer. Esperamos poder garantir que todo esse espólio possa ser visitável. Era esse o seu sonho, ver Mourão, a terra onde nasceu e cresceu abraçar o seu espólio”, conclui o autarca.

A morte do cantor foi recebida “com pesar” pelo Presidente da República. Marcelo Rebelo de Sousa lembrou que Marco Paulo “esteve presente na vida musical portuguesa longas décadas”. Já o primeiro-ministro, Luís Montenegro, considerou que país perdeu “uma grande referência” cultural, sublinhando que o cantor “deixa um legado musical marcante, que atravessa gerações e une Portugal”.

Marco Paulo nasceu em 1945, em Mourão, com o nome de João Simão da Silva. Foi o mais novo dos quatro filhos do casal. A mãe, Maria Simão Caeiro, era alentejana. O pai, João Marques Silva, natural de Manteigas, A obtenção de um emprego nas Finanças leva-o a mudar-se com a família para Alcabideche, acabando por se fixar em Alenquer, onde o rapaz, então com sete anos, inicia os estudos, começando a cantar com apenas 11 anos.

Apesar da oposição do pai, homem austero, teve aulas de canto, dando os primeiros passos na sua carreira musical no rancho folclórico da terra. Um concurso de talentos do então Rádio Clube Português lança-o a nível nacional. O primeiro disco, “Não Sei”, surge em 1966. Um ano depois participa no Festival RTP da Canção. Em 1978 chega o sucesso com “Canção Proibida”, um single que vendeu milhares de cópias. 

O caixão com o corpo de Marco Paulo estará em câmara ardente na Basílica da Estrela, em Lisboa, a partir das 16h00 desta sexta-feira. As exéquias terão o seu início amanhã, pelas 14h30, com missa de corpo presente, saindo o cortejo fúnebre para o Cemitério dos Prazeres em Lisboa.

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