Primeiro hotel cinco estrelas de Estremoz irá criar 100 postos de trabalho

O primeiro hotel cinco estrelas do concelho de Estremoz irá nascer na Herdade das Pinas, próximo de São Bento do Cortiço. Trata-se de um investimento na ordem dos 40 milhões de euros, que irá criar cerca de uma centena de postos de trabalho.

Primeiro a promotora imobiliária Overseas anunciou uma parceria com a marca de moda Karl Lagerfeld para o desenvolvimento de um projeto residencial de luxo no centro de Lisboa – dez apartamentos de um e dois pisos, com jardim e piscinas. Agora avança para a Herdade das Pinas, a sete quilómetros de Estremoz, com a construção de um hotel, que marcará a estreia da marca no segmento turístico.

“Surgiu a oportunidade de comprar a Herdade das Pinas e achámos que seria um projeto interessante, alinhado com o nosso ADN, focado num padrão elevado de produto direcionado ao mercado de luxo”, diz Pedro Vicente, presidente da Overseas, classificando Estremoz como sendo “uma cidade muito especial, muito autêntica” e com “uma margem de crescimento muito importante” em termos turísticos.

De acordo com Pedro Vicente, a empresa quer também “acompanhar o movimento de investimento nacional e estrangeiro” no interior do país, em particular a sul de Lisboa. “É um movimento que se vai tornar mais importante”, antecipa.

Para Estremoz, a Overseas está a projetar um investimento na ordem dos 40 milhões de euros, incluindo 12 mil metros quadrados de construção, resultado da reabilitação de uma antiga residência e de armazéns agrícolas, que serão transformados em hotel com cerca de 60 quartos, capela e espaço para eventos, além de uma adega e de uma loja de vinhos. A que acrescem cerca de 20 moradias.

“Estamos a trabalhar com um parceiro especializado em turismo, que está a desenvolver o projeto. Diria que serão criados cerca de 100 postos de trabalho, diretos e indiretos”, refere ainda Pedro Vicente, antecipando para o próximo mês de março a apresentação pública do projeto. “Será esse o mesmo para recebermos o contributo de parceiros e dos cidadãos, estamos a levar tudo isto muito a sério e queremos respeitar o território”, sublinha.

Quanto ao início das obras, o empresário diz que os prazos estão dependentes da “rapidez do licencia- mento” por parte da Câmara. “Além da autarquia, há várias entidades que têm de ser ouvidas, o que geral- mente atrasa o processo, mas acreditamos que a construção se possa iniciar até final do próximo ano”.

Ainda que dirigido a um segmento de luxo, à semelhança de vários outros investimentos na Comporta e, em geral, na costa alentejana, Pedro Vicente diz não estar preocupado com a concorrência. “O hotel vem posicionar-se num padrão elevado, estamos focados em Estremoz, no desenvolvimento turístico do Alentejo interior, e decididamente apostados na oferta de um produto de luxo”, refere.

De acordo com o empresário, uma das “chaves para o sucesso” é a “autenticidade” da região, aliada ao património e à cultura. “Temos a certeza que vai ser um sucesso. Aliás, parte dos investidores são brasileiros e estão rendidos ao que o Alentejo tem para oferecer, incluindo a produção de vinho”, explica o administrador da Overseas acrescentando que a Herdade das Pinas irá aliar a produção de vinho à oferta turística.

“Prometemos inovar e surpreender o mercado com um produto excecional, que honrará a forte herança cultural do Alentejo e de Estremoz”, refere ainda Pedro Vicente, revelando a intenção de tornar o projeto numa “referência em termos ambientais, com emissões de carbono perto de zero”.

PREOCUPAÇÕES AMBIENTAIS

Iniciativa da Overseas, o projeto turístico da Herdade das Pinas conta com a assinatura do gabinete de arquitetura Masslab, estando o paisagismo a cargo da P4 – Artes e Técnicas da Paisagem. “O projeto será desenvolvido com particulares preocupações ambientais e de respeito pelo edificado, prometendo transformar-se numa referência incontornável do turismo nacional”, refere a empresa promotora.

Já Diogo de Sousa Rocha, da Masslab, considera tratar-se de uma “iniciativa ambiciosa” e revela que será proposto “um esquema de ocupação que transcende a construção tradicional”. A ideia passa por “redefinir a paisagem” da Herdade das Pinas, “convertendo-a numa nova identidade em plena sintonia com o património”.

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