Uma intempérie levou a Proteção Civil a Veiros para avaliar a derrocada no castelo da vila. Pelo caminho deparou-se com um edifício que ameaçava ruir e, como medida de segurança, mandou encerrar a rua.
Estávamos na Praça da República, no centro da vila, meio tomada por um estaleiro de chapas metálicas a impedir o acesso a um outro edifício devoluto, já sem telhado, onde a infiltração das chuvas do inverno pode acelerar o risco de derrocada se uma intervenção, urgente, não for concretizada.
O tema foi abordado durante uma Assembleia Municipal descentralizada, realizada em setembro do ano passado no auditório da terra, com o presidente da Junta de Freguesia de Veiros, Domingos Cunha, a pedir a intervenção da Câmara junto dos proprietários.
Caminhamos então à procura do número 17 da Rua Leonor Rodrigues, o prédio que nos levou a Veiros. As grades metálicas nos topos da rua e a sinalização que indica um “desvio” não deixam margem para dúvidas. E, muito menos, o estado de degradação do imóvel.
Na porta, um edital da Câmara de Estremoz notifica os proprietários, “cuja identidade e paradeiro são desconhecidos”, de que foi prorrogada até ao final de junho de 2025 a posse administrativa do prédio “para execução coerciva das obras”, determinadas num auto de vistoria de 2023.
Até lá, apesar de não haver sinais do início das obras, a rua continuará interdita, mas só ao trânsito automóvel, já que alguém terá desviado o gradeamento para permitir a passagem de peões.
O presidente do Município de Estremoz, José Daniel Sadio, disse na Assembleia Municipal perceber “o transtorno que causa às pessoas terem que fazerem mais uns metros e mais uns quilómetros, ao fim do dia ou de uma semana, mas há uma linha vermelha que é a vida e a segurança de todos e, entre alguém um dia ter um problema, nem vale a pena perguntar qual é a opção da Câmara”.
Apesar da opção, a verdade é que num dos topos são as próprias grades desviadas que obrigam os peões a passar encostados ao prédio em ruínas. Até que um dia a casa venha abaixo!