A cumprirem-se os prazos anunciados, a modernização da Linha do Alentejo avançará no próximo ano, com a eletrificação do troço entre Casa Branca e Beja. Fora do projeto fica o troço entre Beja e Funcheira, que continua encerrado, numa decisão criticada pelo PCP.
Em comunicado, a DORBE diz que se trata de uma decisão “inaceitável”, desde logo porque este troço “viabiliza dois ramais, o de Aljustrel e o de Neves-Corvo, que contribuem decisivamente para a viabilidade económica da Linha do Alentejo”.
“É inaceitável”, acrescenta, “que nos dias de hoje não exista uma ligação direta entre Beja e Faro. Uma viagem de 180 quilómetros que poderia ser feita em duas horas e que nas condições atuais demora cerca de cinco”.
Segundo o PCP, “o processo de melhoria e qualificação da ferrovia tem vindo a ser sucessivamente adiado com a responsabilidade dos partidos que à vez (PS e PSD) nos têm governado”. Exemplo disso, prossegue, é que a obras anunciadas para a Linha do Alentejo “não incluem” a ligação ao Aeroporto de Beja, “crucial para a região”, continuando “sem se saber ainda quando será lançado pelas Infraestruturas de Portugal o concurso para a realização das obras”, que irão conduzir ao encerramento da linha, “com graves prejuízos para os seus utentes”.
Reconhecendo “a grande relevância da eletrificação” da Linha do Alentejo no troço entre Casa Branca e Beja, a DORBE diz ainda ser “muito preocupante que os restantes 52 quilómetros do troço entre Beja e Ourique, que permitem a ligação à Linha do Sul, fiquem por eletrificar e modernizar, mantendo-se esse troço encerrado”
No último debate sobre o Orçamento do Estado, o PCP lembra ter apresentado diversas propostas, incluindo a eletrificação e reabertura da ligação à Funcheira e a realização das obras sem interrupção do serviço, “proposta rejeitada com os votos contra do PSD e CDS e a abstenção do PS, comprovando que os partidos que nos têm governado não estão efetivamente interessados no desenvolvimento da região”.