O presidente da Câmara de Beja, Paulo Arsénio, já felicitou o homenageado, considerando ter sido com “profunda satisfação” que o Município “receber a agradável notícia” da decisão do Presidente da República.
Marcelo Rebelo de Sousa justificou esta condecoração afirmando que “a música é um símbolo fundamental, um instrumento de paz, de concórdia, de tolerância, de congregação, de construção do espírito comunitário”.
“Aqui se condecora, hoje, o mérito de uma vida ao serviço da comunidade nas circunstâncias mais difíceis, ano após ano, década após década”, prosseguiu.
O Grande-Colar da Ordem Militar de Sant’Iago da Espada é atribuído “a pessoas cujos feitos, de natureza extraordinária e especial relevância para Portugal, os tornem merecedores dessa distinção”, pode ler-se no site da Presidência da República.
Ordenado padre em 1972, na Igreja do Carmo, em Beja, e para além do seu papel fundamental na recolha do património musical religioso alentejano, o monsenhor António Cartageno “é um distinto compositor de musica sacra e litúrgica, reconhecido em Portugal e internacionalmente”, sublinha Paulo Arsénio.
Da sua produção musical destaca‐se a Cantata “N.ª S.ª da Conceição, Padroeira de Portugal” (1996), para solistas, coro e orquestra, a cantata “Santo Agostinho, o cantor da sede de Deus” (2004), encomendada pela Diocese de Leiria para comemorar os 1650 anos do nascimento do seu santo padroeiro, e a Oratória “Fátima. Sinal de esperança para a humanidade” (2007), com que se assinalaram os 90 anos das Aparições de Fátima.
Juntamente com o padre António Aparício, António Cartageno é o principal responsável pelo trabalho de recolha e recuperação do canto popular religioso do Baixo Alentejo, de que resultou a gravação de dois CDs pelo Coro do Carmo de Beja, que fundou e dirige, e a publicação de alguns trabalhos sobre o assunto. É director do Secretariado Diocesano de Liturgia de Beja e membro do Serviço Nacional de Música Sacra.