“Após um período de reflexão, serve o presente e-mail para partilhar convosco que estou a desenvolver um projeto de programa de ação que pretendo apresentar em sede de candidatura a presidente do Instituto Politécnico de Beja (IP Beja), no tempo e na forma estatutariamente adequada”, escreve Aldo Passarinho, assegurando ter-se tratado de uma decisão “profundamente ponderada”.
A Alentejo Ilustrado contactou Aldo Passarinho, que remeteu esclarecimentos sobre a candidatura para momento posterior.
“Move-me a determinação e a responsabilidade de construir um projeto com todos e para todos, ambicioso, com adesão à realidade e às circunstâncias do contexto, atento e sensível à subjetividade e bem-estar individual como alicerce do sentido de pertença à nossa comunidade académica”, escreve na mensagem de correio eletrónico.
Curiosamente, o anúncio da disponibilidade para se candidatar surge pouco depois de serem conhecidas as vagas de acesso ao ensino superior no próximo ano letivo, com o IP Beja a registar apenas um aumento de sete vagas, o que compara, por exemplo, com as 45 do Instituto Politécnico de Portalegre. Aliás, em números absolutos, o Politécnico de Portalegre terá 631 vagas, contra 519 do de Beja, o mais pequeno do país, atrás até do de Tomar.
“À minha decisão”, escreve Aldo Passarinho na mensagem dirigida à academia, “subjaz também um sentido de responsabilidade, em função dos desafios que a nossa Instituição enfrenta na atualidade e que, com toda a certeza, se irão densificar nos próximos meses em resultado das expectáveis alterações ao Regime Jurídico das Instituições de Ensino Superior” que poderão vir a “contribuir para a revalorização” de universidades e politécnicos, “enquanto vetor fundamental de desenvolvimento das regiões, entrelaçadas com o todo nacional, com base na diferenciação, no conhecimento e na ciência”.
À “determinação e à ambição institucional”, que diz serem necessárias, o professor e candidato diz adicionar “sensibilidade e bom senso, capacidade de comunicação e espaço para o pensamento crítico onde cada um se reveja no todo, em respeito pelo serviço público e missão estatutária”. Mas também, prossegue, “onde a empatia e a inclusão estejam presentes no momento da decisão, por forma a alcançar níveis superiores de relação institucional, com base numa postura democrática e ética”.
Aldo Passarinho revela ainda ter iniciado o processo de preparação de um programa de ação “que nos permita restaurar a confiança e afastar a descrença” e que inclua “um modelo alternativo de governança e cujo desenvolvimento se pretende aberto à colaboração da comunidade académica entrelaçado com um processo de escuta da comunidade regional e de peritos de diferentes áreas”.
O objetivo é definir um projeto que permita ao IP Beja “alcançar níveis de excelência naquilo que é o cumprimento da nossa missão estatutária, ressonante sobre cada um de nós na recomendação que desejamos fazer da nossa instituição”.