De acordo com o porta-voz da comissão de utentes de Grândola, Mariano Paixão, explicou que os passageiros que utilizam esta estação diariamente “são obrigados a esperar pelos comboios em situações muito degradantes, à chuva e ao vento”.
“As casas de banho foram vandalizadas e estão fechadas neste momento, o acesso para pessoas com deficiência está cheio de buracos e a limpeza praticamente não é feita”, elencou.
Além destes problemas, o representante dos utentes apontou ainda “o horário dos comboios”, dizendo que é “insuficiente”, tendo em conta a importância deste serviço para a mobilidade da população do litoral alentejano.
“Grândola está a uma hora de Lisboa, podíamos ter comboios com mais regularidade e em horários que dessem para as pessoas irem trabalhar para Lisboa ou para a zona de Lisboa”, referiu o porta-voz da comissão, que lançou um abaixo-assinado para exigir a melhoria deste serviço na região.
O documento, em formato físico e online, através de uma petição, pretende recolher assinaturas para enviar à empresa Infraestruturas de Portugal (IP), Comboios de Portugal (CP) e ao Ministério das Infraestruturas e Habitação.
No abaixo-assinado, os utentes referem que “a degradação da “Estação”, que atualmente não passa de um apeadeiro com uma pala expondo os passageiros às intempéries todo o ano, é drástica”. E acrescentam que o “transporte ferroviário assume elevada importância para a mobilidade da população do concelho de Grândola e da região” do litoral alentejano, mas que tem sido “descurado” pelos “sucessivos Governos”.
Segundo os utentes, atualmente, os passageiros que utilizam aquela estação assistem à “degradação do acesso às linhas” e à “falta de manutenção do mobiliário e iluminação”.
“O primeiro serviço ferroviário semanal, o Alfa Pendular”, que não contempla “o novo passe verde, com preços incomportáveis, parte de Grândola, pelas 08:53, chegando à capital às 10:05” e “o último comboio regressa a Grândola, partindo de Lisboa pelas 18:32”, lê-se no comunicado.
Estes horários “não se coadunam” com os “horários laborais” e “escolares” da população, argumentou a comissão.
Em junho de 2024, o presidente da Câmara de Grândola alertou igualmente para a falta de condições desta estação ferroviária, salientando a importância deste serviço na “mobilidade do concelho e da região” do litoral alentejano.
Na altura, o autarca revelou ter enviado um ofício, em abril, ao presidente da Infraestruturas de Portugal (IP) a enumerar diversos problemas na estação de comboios, nomeadamente falta de limpeza regular e de manutenção da iluminação e do mobiliário, zonas de espera e corredores de acesso às linhas.
No ofício, o município mostrou-se disponível para, em conjunto com a IP, encontrar “as melhores soluções que garantam aos utilizadores um serviço de elevada qualidade”.
Ainda de acordo com Mariano Paixão, “no verão, a maioria dos passageiros que apanha o comboio em Grândola viaja de pé porque os comboios já vêm cheios” de outras paragens, e quem “sai em Grândola tem de percorrer dois a três quilómetros a pé até ao centro da vila, porque não há transportes”.
“Com urgência gostaríamos de ver construído um abrigo em condições para os passageiros, a reabertura das casas de banho que estão fechadas, a limpeza da estação, a substituição da iluminação, a reparação do acesso pedonal das pessoas com mobilidade reduzida, uma bilheteira e um ponto de informação para os utentes”, sublinhou.