Nos últimos meses tem-se assistido a uma autêntica corrida contra o tempo por parte dos autarcas em todo o país. Seja nas grandes cidades ou nas pequenas localidades, a preocupação com a execução de obras e com o cumprimento de prazos para utilizar os fundos financeiros europeus tem dominado a agenda política. E não é para menos: os fundos comunitários representam uma oportunidade única para concretizar projetos estruturais que muitas vezes permanecem à espera de financiamento durante anos.
Porém, num panorama onde todos parecem focados na modernização de infraestruturas, no desenvolvimento urbano e na revitalização económica, surge um exemplo singular que destoa desta tendência geral: o edil de Estremoz.
Enquanto outros autarcas correm para finalizar obras antes do final do prazo de execução dos fundos europeus, o Executivo de Estremoz parece mais preocupado com as eleições autárquicas. Será que Estremoz não tem obras financiadas pelo PRR para executar, ou projetos para o financiamento no Alentejo 2030? Ou será que se perderam mais quatro anos?
Esta atitude levanta questões relevantes sobre prioridades e responsabilidade política. Mas, é justo perguntar: onde fica o compromisso com o bem-estar a longo prazo da população? Em que momento as estratégias eleitorais se sobrepõem ao dever de aproveitar oportunidades históricas para melhorar as condições de vida da comunidade?
Estremoz é uma cidade com necessidades claras de investimento em áreas como a economia, mobilidade, educação e património cultural. Contudo, a aparente falta de urgência do seu edil (e do seu Executivo) em executar projetos financiados por fundos europeus transmite uma mensagem que pode ser interpretada como desinteresse ou falta de capacidade de gestão.
Enquanto isso, outros municípios se destacam pelo esforço coletivo de lideranças locais em garantir que os prazos sejam cumpridos e que cada euro disponível seja aproveitado. Estas intervenções não apenas modernizam as cidades e vilas, mas também criam empregos que tanto são necessários no interior.
As posturas dos anteriores e do atual presidente é um exemplo que deveria servir de alerta para a população local. O que está em jogo não é apenas o resultado de uma eleição, mas o futuro de um concelho que poderia aproveitar melhor as oportunidades que lhe são oferecidas. Os eleitores precisam estar atentos às prioridades dos seus governantes e exigir que o foco esteja, acima de tudo, no interesse coletivo.
Cabe-nos a todos questionar, exigir e avaliar se as ações dos seus representantes estão alinhadas com aquilo que realmente importa: construir um futuro melhor para todos.