A instalação de centrais fotovoltaicas no Alentejo desafia actualmente o equilíbrio da região – pelo seu número, pela dimensão de algumas delas e pelos locais escolhidos. Que esforço está a ser exigido ao Alentejo? São inevitáveis as grandes centrais fotovoltaicas? Que proporção deve ser exigida entre a produção centralizada e a descentralizada? Como articular a conservação da biodiversidade, da paisagem e do património cultural, as actividades agropecuárias, florestais e turísticas e as exigências da transição energética?
São temas como estes que a plataforma cívica Juntos pelo Divor se propõe debater esta quarta-feira. O ponto de partida será a apresentação do Relatório e Conclusões do estudo do Laboratório Nacional de Energia e Geologia (LNEG) realizado pelo Grupo de Trabalho para Aceleração das Energias Renováveis, que tem como objectivo definir as áreas menos sensíveis do território nacional para a implantação de energias renováveis.
De acordo com a entidade organizadora, o foco desta apresentação “será o Alentejo”, o que permitirá “a todos os presentes a aquisição de informação actualizada e fidedigna sobre o que se pretende instalar nas quatro sub-regiões do Alentejo”.
“Com base nesta informação” – prossegue – “será mais eficaz a participação na análise crítica deste Relatório e, sobretudo, a avaliação da sua adequação enquanto eventual embrião de um plano regional de ordenamento para as energias renováveis”.
Entre os oradores incluem-se Sofia Simões, investigadora e coordenadora da Unidade de Economia de Recursos do LNEG, André Alves, investigador no Centro de Estudo Geográficos da Universidade de Lisboa, Nuno Guiomar, investigador do Instituto Mediterrâneo para a Agricultura, Ambiente e Desenvolvimento (MED), da Universidade de Évora, António Sá da Costa, consultor na área das energias renováveis e José Manuel Santos, presidente da Entidade Regional de Turismo do Alentejo e Ribatejo. O debate será moderado por Luísa Schmidt, investigadora do Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa.
Segundo o Juntos pelo Divor, o público-alvo deste debate “inclui representantes do poder local e regional (câmaras e assembleias municipais, comunidades intermunicipais, CCDRA), professores e estudantes das universidades, politécnicos e ensino secundário, movimentos cívicos de todo o Alentejo, associações ambientalistas e de defesa do património, empresários dos sectores agrícola, turístico e energético e representações regionais dos partidos políticos”.
