O novo núcleo ficará instalado na Casa Frayões Metellos, edifício construído no século XVIII que serviu de “residência a famílias nobres” do concelho de Grândola.
Segundo Carina Batista, vice-presidente da Câmara, depois de ter sido utilizado como escola “durante cerca de 100 anos”, o espaço foi requalificado pelo município para “criar um núcleo museológico dedicado, em exclusivo, à etnografia” do concelho.
O investimento na requalificação do edifício foi superior a meio milhão de euros e, “ao longo dos anos, foram adquiridos vários materiais, sendo difícil contabilizar o montante global”, afirmou.
O novo núcleo, indicou, terá “duas zonas específicas para exposições temporárias” e “uma outra fixa”, que vai “retratar as atividades e os ofícios tradicionais que deixaram de existir, por razões económicas, alterações sociais ou devido à modernização”. De entre as várias atividades retratadas destacam-se a do sapateiro, alfaiate, relojoeiro e o corticeiro.
De acordo com Carina Batista, os visitantes “poderão relembrar” algumas destas artes e ofícios através de “imagens, filmes, textos e todo o tipo de peças e utensílios”, alguns “doados por familiares e empresas que deixaram de laborar” e outros “adquiridos pelo município” ao longo dos anos.
Em comunicado, a autarquia revelou que o novo núcleo “será um espaço de pesquisa, estudo e divulgação das memórias de vida e de trabalho da comunidade grandolense”. No edifício será instalada a sede do Museu Polinucleado de Grândola onde “vai funcionar o centro de documentação e o serviço educativo”, acrescentou a vice-presidente.
Com a inauguração do Núcleo Museológico de Etnografia – Casa Frayões Metellos, a Câmara de Grândola conclui o projeto do Museu Municipal Polinucleado, iniciado em 2014, que inclui um total de seis núcleos expositivos.
“Fecha-se aqui o ciclo de inaugurações dos vários núcleos museológicos, com uma oferta muito importante”, realçou a autarca, destacando o “papel importante” do município “no sentido de recuperar alguns destes edifícios que fazem parte não só do património, mas também da memória coletiva”.
Este espaço junta-se aos cinco núcleos já existentes que integram o Museu Municipal Polinucleado: Grândola, Vila Morena, Olaria de Melides, Igreja de São Pedro, Adega António Inácio da Cruz e Museu Mineiro do Lousal.
Ainda segundo Carina Costa, ao longo dos anos, o Museu Polinucleado tem “recebido imensos visitantes”, sendo o núcleo Grândola, Vila Morena, investimento de 1,5 milhões de euros, inaugurado em 2024, “aquele que tem tido maior sucesso, pelo simbolismo”.
Também a Olaria de Melides, investimento de 650 mil euros, inaugurada em 2022, tem sido muito procurada pelos vários ‘workshops’ que promove ao longo do ano, mas podemos dizer que estamos satisfeitos com a recetividade” do público, disse.
