Cuidados continuados no Baixo Alentejo com nova unidade em Aljustrel

Sonhada há mais de uma década e agora com luz verde do PRR, a unidade de cuidados continuados de Aljustrel vai finalmente tornar-se realidade — mas sob um cronómetro apertado. Com um investimento de 3,4 milhões de euros e 30 camas previstas, a infraestrutura representa uma resposta há muito esperada numa região com sérias carências nesta área. Entre financiamentos públicos e venda de património, a Santa Casa da Misericórdia avança com determinação, mesmo sob o peso de um prazo quase impossível: junho de 2026.

Uma unidade de cuidados continuados vai ser construída em Aljustrel, no distrito de Beja, num investimento de 3,4 milhões de euros e que vai ter cofinanciamento através do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).

Promovida pela Santa Casa da Misericórdia de Aljustrel (SCMA), a nova infraestrutura vai ter 30 camas e ficará instalada num terreno anexo ao centro de saúde da vila, cedido para o efeito pela Unidade Local de Saúde do Baixo Alentejo.

Trata-se de um “investimento extremamente importante”, porque “é uma carência que sentimos no concelho, na região e até no país”, explica o provedor da SCMA, Manuel Frederico.

Segundo este responsável, a criação de uma unidade de cuidados continuados era uma “ambição antiga” da instituição, que, desde 2009, já tinha candidatado o projeto ao PARES – Programa de Alargamento da Rede de Equipamentos Sociais, ao programa operacional Alentejo 2020 e, por fim, ao PRR.

Só uma segunda candidatura apresentada pela Misericórdia de Aljustrel ao PRR acabou por ser aprovada, tendo o contrato de financiamento sido assinado no passado dia 17.

Manuel Frederico acrescenta que, além do financiamento do PRR, a Misericórdia de Aljustrel vai contar com um apoio financeiro, a rondar os 600 mil euros, da Câmara de Aljustrel para a concretização do projeto. O restante montante será assegurado pela própria instituição, com o provedor a admitir a venda de património para fazer face ao investimento necessário.

“Não gosto de alienar património, porque o dinheiro vem, gasta-se e as coisas desaparecem, mas, num caso destes, alienar património para construir património é um bocado diferente”, justifica.

Apesar da satisfação pela aprovação da candidatura da unidade de cuidados continuados, o provedor da SCMA não escondeu a sua preocupação relativamente aos prazos impostos pelo PRR, uma vez que o programa determina que todas as obras cofinanciadas tenham de estar concluídas até junho de 2026.

“Estou acostumado a fazer algumas obras ao longo da minha vida e diria que é quase impossível construir uma obra desta dimensão num prazo até junho do ano que vem”, alerta o provedor, referindo que a determinação da Santa Casa “é avança” para concretizar o projeto.

Fotografia | Nuno Veiga/Lusa

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