A associação ambientalista Zero defende que os voos noturnos do campeonato feminino de futebol sejam transferidos para Beja, sublinhando que os impactos da poluição sonora do aeroporto de Lisboa custam mais de mil milhões de euros.
“A Final da Liga dos Campeões Feminina de Futebol deve ser celebrada sem ser à custa da saúde dos cidadãos”, referiu a associação ambientalista Zero num comunicado, a propósito do dia internacional de sensibilização para o ruído. O campeonato acontece no dia 24 de maio, no estádio José Alvalade, em Lisboa.
Para a associação, a final do campeonato feminino “é uma ótima oportunidade para rentabilizar o aeroporto de Beja”, destacando que existem condições e a oportunidade para o aeroporto mostrar “a sua utilidade, aligeirando a carga ambiental que os cidadãos de Lisboa e os concelhos vizinhos têm de suportar”.
A associação lembra que o aeroporto de Lisboa tem “impactos enormes na saúde das populações que vivem na sua vizinhança ou debaixo dos corredores aeronáuticos”, provocados pelo ruído aeroportuário, “um dos grandes responsáveis pela poluição sonora”. Segundo a Zero, os impactos “representam mais de 1.000 milhões de euros por ano para os cidadãos afetados e para o Estado”.
A associação avisa que, mesmo sem existir perda auditiva, o ruído promove ‘stress’ crónico, perturbações no sono, doenças cardiovasculares, problemas de aprendizagem e concentração, “especialmente em crianças” e sublinha que “o ruído é um fator de risco invisível que afeta milhares de pessoas em Portugal, muitas vezes sem que se apercebam”.
De acordo com a Zero, a seguir à poluição do ar, a poluição sonora é o fator ambiental que mais prejudica a saúde das pessoas a curto, médio e longo prazo. O dia internacional de sensibilização para o ruído foi criado em 1996 e alerta para os riscos sérios da exposição prolongada a níveis de ruído elevados, segundo o comunicado.