Apagão deitou “leite por terra” e causou prejuízos de três milhões

O apagão energético de segunda-feira causou prejuízos de, pelo menos, três milhões de euros ao setor do leite e laticínios, segundo a Confederação das Cooperativas Agrícolas, que apela agora ao Governo para que compense os produtores pelos estragos causados por 12 horas sem eletricidade.

Os prejuízos provocados pelo apagão energético de segunda-feira atingem, pelo menos, três milhões de euros no setor do leite e laticínios, estimou hoje a confederação das cooperativas agrícolas, que pede ao Governo uma compensação para os produtores.

“Houve produtores que tiveram de deitar leite fora porque não tinham condições de armazenamento”, relatou, aos jornalistas em Beja, o presidente da Confederação das Cooperativas Agrícolas e do Crédito Agrícola de Portugal (Confagri), Idalino Leão.

Também a recolha do leite nos produtores, segundo o responsável, “foi feita mais tarde”, o que provocou estrangulamentos “depois na fábrica, porque a quantidade foi de tal ordem que causou alguns constrangimentos”.

“Nas nossas contas, estes constrangimentos podem rondar os três milhões de euros”, admitiu o presidente da Confagri, que falava aos jornalistas à margem de seminário realizado na Ovibeja.

Idalino Leão realçou que, na área da agricultura, os setores da pecuária, do leite, dos laticínios e da carne foram os mais afetados pelo corte da energia elétrica.

“Estamos a falar de produtos perecíveis, em que a cadeia de frio é fundamental para a sua funcionalidade e continuidade laboral” e o fornecimento de eletricidade na segunda-feira “foi interrompido durante 12 horas”, salientou.

Quanto ao sector da carne, acrescentou, também existem prejuízos, porque “unidades de abate e transformação tiveram que encerrar”, por falta energia para os sistemas de refrigeração, mas, neste caso, ainda não estão contabilizados.

Assinalando que o levantamento dos prejuízos ainda está a ser feito, o responsável referiu que a estimativa de três milhões de euros no setor do leite e laticínios abrange as perdas registadas nos produtores, na cadeia logística e na indústria.

O presidente da Confagri frisou que “a tutela já é sabedora destes prejuízos”, esperando que o Governo “olhe com sensibilidade” para o problema.

“Há muitos custos contabilizados que devem ser compensados”, concluiu.

A Associação Portuguesa dos Industriais de Carnes (APIC) também já reclamou a criação de uma linha de apoio e a proibição das energéticas alegarem motivos de força maior perante os custos decorrentes do apagão, que levou a que animais deixassem de ser enviados para consumo.

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