Paulo Raimundo denuncia em Beja plano da direita para privatizar Segurança Social

O secretário-geral do PCP, Paulo Raimundo, acusou esta quinta-feira em Beja os partidos da direita e da extrema-direita de estarem a preparar um “assalto à Segurança Social”, afirmando que se trata de uma ambição antiga agora renovada graças à “porta aberta” pelo Partido Socialista.

O secretário-geral do PCP acusou, em Beja, a direita e a extrema-direita de estarem a preparar um assalto à Segurança Social (SS), afirmando que essa é uma aspiração antiga, numa porta que foi aberta no passado pelo PS.

“Sabemos bem o que eles querem. PSD, CDS, Chega e Iniciativa Liberal o que querem é pôr o dinheiro da Segurança Social nas negociatas, na roleta das negociatas. Eles não estão a pensar no futuro, eles estão a preparar hoje o assalto à Segurança Social”, afirmou Paulo Raimundo.

Esta é “uma ambição muito antiga de toda a direita”, numa porta que “o Partido Socialista abriu”, disse o secretário-geral do PCP, que discursava num almoço da CDU nos Bombeiros Voluntários de Beja, acrescentando que a direita quer “aumentar o tempo da idade da reforma” e acabar com as reformas antecipadas, ao mesmo tempo que quer “pôr a mão no dinheiro” da Segurança Social. “Não é pôr a raposa no galinheiro. Eles querem pôr a galinha na toca das raposas”, referiu.

Naquele que é o Dia Mundial da Segurança Social (SS), o líder comunista centrou-se no tema, recordando que a SS em Portugal “é pública, universal e solidária” e um “património dos trabalhadores”.

“A Segurança Social está bem e está sustentável. O único problema da Segurança Social são os 40 mil milhões [de euros] que lá tem nos cofres do dinheiro do trabalho e são esses 40 mil milhões que lá tem que são alvo do apetite dos abutres de sempre”, alertou.

Paulo Raimundo considerou ainda que quem está preocupado com a sustentabilidade da SS pode apoiar “a única medida que garante isso, que é mais salários, mais salários, mais salários”. No discurso, criticou ainda “os pavões, demagogos e hipócritas” que propõem cortes em apoios, recordando que, sem apoios sociais, não seriam 300 mil, mas 500 mil crianças em situação de pobreza.

Antes, o antigo líder parlamentar do PCP e cabeça de lista por Beja, Bernardino Soares, afirmou esperar “esclarecer cabeças confusas” e tirar à AD ou ao Chega um deputado que a CDU perdeu naquele distrito em 2024.

“Aqui vota-se nos candidatos que aqui estão. E aqui vamos decidir se vamos ter outra vez dois deputados da direita e da extrema-direita ou se, em vez disso, pelo menos um vem para a CDU e reforça a política do progresso, da igualdade e do desenvolvimento”, afirmou Bernardino Soares, que discursava num almoço em Beja da Coligação Democrática Unitária (que junta PCP e Partido Ecologista “Os Verdes”). 

Nas legislativas de 2024, a CDU não conseguiu eleger João Dias para o parlamento em Beja, círculo em que os três deputados foram repartidos pelo PS, AD e Chega (em 2022, Beja elegeu dois deputados do PS e um da CDU). Para Bernardino Soares, os três deputados eleitos pelo distrito em 2024 “nada fizeram” por Beja e “ninguém sabe quem são”. 

Afirmando que o “Alentejo está abandonado”, defendeu investimentos no IP8, no Hospital de Beja e numa ligação ferroviária direta a Lisboa e ao Algarve. Na ótica do antigo líder parlamentar do PCP, é preciso “esclarecer as cabeças confusas” e recordar que se elegem 230 deputados e não o primeiro-ministro.

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