O concurso é considerado um dos mais prestigiados a nível mundial no sector oleícola e contou, nesta edição, com 93 amostras oriundas de nove países. A avaliação foi feita por um júri internacional composto por 26 elementos de dez nacionalidades, presidido por José Gouveia.

“Esta distinção é um reconhecimento da dedicação e do rigor com que desenvolvemos este novo projeto de azeite, com o mesmo compromisso de excelência que nos distingue no setor vinícola”, afirma fonte oficial da Altas Quintas.

O Herdade de Vale Feitoso Azeite Virgem Extra 2024 é o resultado de um ‘blend’ de variedades tradicionais portuguesas, como a Cordovil de Castelo Branco, Carrasquenha, Bical e Galega, provenientes de diferentes parcelas da propriedade – nomeadamente o Olival do Lavajo e o Olival da Escola – e colhidas no início de outubro.

Segundo a empresa, o azeite apresenta “aroma a relva, rúcula e alcachofra”, sendo na boca “intenso e expressivo, com notas amargas e picantes”. A mesma fonte acrescenta que se trata de um azeite ideal para “temperar carnes acabadas de sair do forno, peixes grelhados e saladas intensas”, mas também para realçar sobremesas como mousse de chocolate ou gelado de frutos secos.

Além do azeite premiado, a Altas Quintas lançou igualmente o Altas Quintas Azeite Virgem Extra, ambos elaborados com azeitonas de olivais antigos da Herdade de Vale Feitoso, cultivados em modo de produção biológica, em regime de sequeiro e de forma extensiva. 

Com 7500 hectares, a Herdade Vale Feitoso localiza-se na Beira Interior, sendo considerada a maior propriedade privada vedada de Portugal e a maior reserva natural contígua da Península Ibérica. O seu património florestal é certificado e resulta de práticas sustentáveis reconhecidas a nível internacional. Na propriedade convivem em liberdade cerca de cinco mil animais, incluindo veados, gamos, corsos, javalis e bisontes europeus. A herdade integra ainda projetos de conservação de duas raças ovinas em vias de extinção: a churra do campo e a merina da Beira Baixa.

A biodiversidade desempenha um papel central na estratégia da empresa. “A fauna selvagem da Herdade Vale Feitoso tem um papel ativo na manutenção, fertilização e proteção dos olivais tradicionais”, destaca a Altas Quintas, sublinhando que “os cervídeos são uma presença simbólica e indissociável da identidade da marca”.

Distribuídos por diferentes áreas da herdade, os cerca de 200 hectares de olival são compostos por variedades que ainda estão a ser estudadas. Após a colheita, as azeitonas são transformadas num lagar próprio instalado na propriedade. No final da campanha, os lotes são definidos em função do perfil de sabor pretendido, procurando sempre “expressar a diversidade do campo e da cultura local”.

“Tal como no vinho, procuramos que o azeite reflita o seu lugar de origem, num processo que resulta num verdadeiro ‘field blend’. O azeite é aqui encarado como uma especiaria rara, capaz de valorizar e elevar o sabor da gastronomia”, refere a mesma fonte.

Com raízes milenares, a região do Vale Feitoso encerra um importante legado histórico, marcado pela presença romana e templária. Hoje, a herdade aposta num modelo de desenvolvimento assente na sustentabilidade, na economia circular e na preservação dos ativos ambientais, nomeadamente através da valorização do ‘stock’ de carbono.

“Acreditamos que o nosso azeite tem tudo para se afirmar internacionalmente, e este prémio é um primeiro passo importante nesse caminho”, conclui a Altas Quintas.