A Inspeção-Geral das Atividades em Saúde (IGAS) iniciou esta semana uma auditoria à gestão e liderança das 39 Unidades Locais de Saúde, começando pelas unidades de Castelo Branco, Lisboa Ocidental e Alto Alentejo.
Por despacho do inspetor-geral das Atividades em Saúde, datado de 19 de maio de 2025, foram instauradas três auditorias: uma na ULS de Castelo Branco, iniciada na quarta-feira, e duas nas ULS de Lisboa Ocidental e Alto Alentejo, ambas com início na quinta-feira, refere a IGAS numa resposta enviada à agência Lusa.
O período abrangido pela auditoria corresponde ao exercício económico de 2024 e ao primeiro semestre de 2025, podendo, no entanto, ser estendido a anos anteriores ou posteriores, conforme necessário.
Segundo a IGAS, a auditoria visa avaliar a estratégia, a gestão dos recursos humanos, a sustentabilidade financeira, a qualidade dos serviços prestados e a centralidade do cidadão na gestão e liderança das Unidades Locais de Saúde.
Na área de estratégia e planeamento, pretende-se verificar se a ULS define, implementa e monitoriza uma estratégia clara, alinhada com as políticas de saúde e com as necessidades da população.
Relativamente à gestão das pessoas, será analisado se a ULS gere e desenvolve os seus recursos humanos de forma eficaz, promovendo competências, motivação e adequação às necessidades dos serviços, em conformidade com as diretrizes do Serviço Nacional de Saúde.
No que respeita à sustentabilidade financeira, a IGAS vai verificar se há uma alocação eficiente de recursos e o cumprimento das metas orçamentais, sem comprometer a qualidade dos cuidados prestados.
Será também avaliada a qualidade dos serviços, nomeadamente se a ULS monitoriza, avalia e promove a melhoria contínua da assistência prestada, assegurando segurança, eficácia e satisfação dos utentes, de acordo com os padrões do SNS.
Por último, no domínio da centralidade do cidadão, a auditoria irá examinar se a unidade coloca o utente no centro das suas decisões e operações, garantindo acessibilidade, transparência e participação ativa no planeamento e na avaliação dos serviços.
Recorde-se que, em 2023, no contexto da reforma do Serviço Nacional de Saúde, o então governo liderado pelo PS aprovou a criação de 39 Unidades Locais de Saúde, com o objetivo de cobrir todo o território nacional.
Desde janeiro de 2024, essas 39 unidades são responsáveis pela gestão integrada dos hospitais e centros de saúde em cada área geográfica.
Em setembro de 2024, a ministra da Saúde, Ana Paula Martins, criou, através de despacho, uma Comissão Técnica Independente (CTI), presidida por Adalberto Campos Fernandes, antigo ministro da Saúde, com o objetivo de estudar as Unidades Locais de Saúde com formação universitária (ULSU) e a sua articulação com o ensino da medicina, a formação e a investigação.
Entre as tarefas atribuídas à CTI está a avaliação do modelo atual de funcionamento das ULSU, a identificação de desafios estratégicos e a análise do seu potencial de desenvolvimento, nomeadamente em articulação com os centros académicos clínicos.