Reviver Juromenha: muralhas restauradas, unidade turística a caminho

As muralhas da antiga Fortaleza de Juromenha, no concelho de Alandroal, voltam a erguer-se com imponência após obras de restauro que devolvem dignidade ao monumento e abrem caminho a uma nova vida: a instalação de uma unidade hoteleira, no âmbito do programa Revive.

As muralhas da antiga Fortaleza de Juromenha, no concelho de Alandroal, voltam a erguer-se com imponência, após a conclusão de obras de restauro que devolvem dignidade ao monumento e abrem caminho a uma nova vida: a instalação de uma unidade hoteleira, no âmbito do programa Revive.

A convicção é do presidente da Câmara de Alandroal, João Grilo, que sublinha que a intervenção “abre a porta a uma série de possibilidades, entre as quais um projeto do Revive”. Segundo o autarca, “era uma daquelas obras consideradas quase impossíveis, mas conseguimos fazê-la”.

A empreitada, iniciada em 2021, envolveu o restauro dos três níveis de muralha — islâmica, medieval e seiscentista — e a instalação de iluminação cénica, num investimento de 5,3 milhões de euros, com apoio de fundos europeus.

João Grilo explicou que a intervenção incidiu apenas sobre as muralhas e que todo o interior da fortaleza permanece por reabilitar. “Colocamos a expectativa no Revive para que se encontre uma solução que permita reabilitar o que falta e instalar uma unidade hoteleira”, afirma.

O autarca acrescenta que o projeto de restauro e a candidatura a fundos europeus já previam este desfecho, uma vez que “sem esta reabilitação, nunca a fortaleza seria atrativa para privados, pelo grau de investimento que seria necessário”. Agora, refere, “é extremamente atrativa, uma vez que o trabalho de consolidação está todo feito”.

O imóvel está já integrado no programa Revive, que visa a concessão a privados de imóveis históricos degradados, embora ainda não tenha sido lançado o concurso para Juromenha. Antes disso, está a ser concluído um estudo que permitirá indicar aos potenciais promotores quais os locais do imóvel “onde é viável ou não reconstruir ou instalar novas infraestruturas”. De acordo com João Grilo, estão a ser utilizadas técnicas como o varrimento laser para garantir que “não há surpresas para o investidor” e que os projetos possam assentar numa base sólida e segura.

A cerimónia de inauguração das obras de restauro das muralhas decorre no próximo sábado, em Juromenha, e inclui também a apresentação de iniciativas no âmbito do projeto “5G.RURAL – 5G for rural smart communities of tomorrow”, liderado pela empresa DSTelecom, bem como a inauguração do novo Centro Interpretativo de Juromenha e um concerto dirigido pelo maestro Martim Sousa Tavares.

O centro interpretativo, instalado numa sala no interior das muralhas, foi criado no âmbito do mesmo projeto e conjuga tecnologia 5G com realidade aumentada, permitindo, segundo os promotores, uma experiência de visita “mais interativa, imersiva e multiexperiencial”, capaz de “recriar o imaginário de quem a visita”.

As primeiras muralhas de Juromenha remontam à ocupação romana, tendo sido erguidas em 44 antes de Cristo, por ordem de Júlio César. Em 1167, foram conquistadas aos mouros por D. Afonso Henriques, e a fortaleza assumiu, ao longo dos séculos, um papel relevante na defesa da nacionalidade.

Atualmente, a fortificação está classificada como Imóvel de Interesse Público e conserva, no seu interior, vários edifícios em ruínas, entre os quais as igrejas da Misericórdia e Matriz, a cadeia e os antigos paços do concelho.

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