A descolonização, os velhos e novos desafios da liberdade de expressão na música e o Processo Revolucionário em Curso (PREC) ‘dominam’, este ano, o Encontro da Canção de Protesto, em Grândola, entre sexta-feira e domingo.
O evento, organizado pela Câmara de Grândola, no âmbito do Observatório da Canção de Protesto, vai oferecer ao público exposições, cinema documental, sessões testemunhais e colóquios.
A música é outro dos destaques, com o programa a incluir concertos de Jorge Palma, Camané, Samuel Úria e Filipe Sambado, referiu o município, em comunicado.
A descolonização, os velhos e novos desafios da liberdade de expressão na música e o Processo Revolucionário em Curso (PREC) são os temas em foco na edição deste ano do evento e que “estão atuais” e “na ordem do dia”, refere a vice-presidente do Município, Carina Batista.
“Temos que continuar a falar neles, continuar a divulgá-los, para que as pessoas estejam cada vez mais despertas e mais atentas” a esta realidade, defende.
Considerando que “a música é transversal às idades, às religiões e às crenças”, Carina Batista lembra que esta é também “uma forma de comunicar aquilo que vai na alma dos artistas”, sobre o “que está mal no seu país e no mundo”.
“É uma forma de juntarmos gerações e de não deixarmos cair no esquecimento aquilo que foi a luta de muitos artistas há 50 anos e até há muitos mais”, em Portugal e noutros países, acrescenta.
De acordo com a organização, o encontro arranca, na sexta-feira, às 18h00, com a apresentação da exposição “Só Se Pode Querer Tudo Quando Não Se Teve Nada”, produzida pelo Observatório da Canção de Protesto, no Cineteatro Grandolense.
No primeiro dia do evento, o público terá ainda a oportunidade de assistir à atuação do Coro da Casa da Achada, às 21h30, seguido do concerto de Jorge Palma, às 22h30, ambos no Jardim 1.º de Maio.
No segundo dia, as atividades decorrem no Cineteatro Grandolense, com uma sessão testemunhal sobre “Música e Descolonização: 50 Anos Depois”, pelas 11h00, na qual participam o MC e ativista Flávio Almada (LBC Soldjah), a rapper Mynda Guevara e a cantora Lúcia Gomes.
Às 12:45, é apresentado o livro “A Cantiga Só É Arma Quando a Luta Acompanhar! Canção e Política na Revolução dos Cravos (1974-1976)”, da autoria de Hugo Castro e editado pelo Observatório da Canção de Protesto e pela Edições Afrontamento.
De tarde, é apresentada a peça de cinema documental “Liberdade para José Diogo”, realizada por Luís Galvão Teles, seguida de um colóquio associado em que participam Conceição Serrão, Constantino Piçarra, Graça Moreira, Jorge Serrão e João Madeira.
No Auditório Municipal Cine Granadeiro, pelas 21h30, realiza-se o concerto de Camané e, logo depois, às 23h00, o cantor Samuel Úria apresenta o disco 2000 A.D., no Jardim 1.º de Maio.
A edição deste ano do evento termina, no domingo, com um colóquio sobre os velhos e novos desafios da liberdade de expressão na música, às 11h00, no Cineteatro Grandolense, com Filipe Sambado, Luís Varatojo, Nuno Pacheco e Ricardo Alexandre.
Está ainda prevista uma sessão de canto livre, a partir das 15h30, em que os artistas Filipe Sambado e Vaiapraia convidam Chica, no auditório Cineteatro Grandolense.
De acordo com a organização todas as iniciativas relacionadas com o evento têm entrada gratuita.