Grândola: PCP acusa Governo de querer “pôr a mão” na Segurança Social

Em Grândola, o secretário-geral do PCP, Paulo Raimundo, reiterou esta quarta-feira a intenção de apresentar uma moção de rejeição ao Governo da Aliança Democrática, que hoje tomou posse, acusando o executivo liderado por Luís Montenegro de dar continuidade às políticas de direita, com os “mesmos cúmplices” e os “mesmos apoiantes”, e de preparar o aprofundamento da precariedade, a privatização de serviços públicos e a captura da Segurança Social.

O secretário-geral do PCP, Paulo Raimundo, reiterou que vai apresentar uma moção de rejeição ao novo Governo da AD, deixando criticas à “mesma política” de direita, aos “mesmos cúmplices” e “apoiantes”.

“Novo Governo, a mesma política, os mesmos cúmplices e os mesmos apoiantes dessa política. Aquilo que precisamos é que se cumpra e faça cumprir a Constituição no que diz respeito aos salários, às pensões, ao Serviço Nacional da Saúde [SNS], à Habitação, na Educação, nos Direitos das Crianças, na Paz, na Justiça”, afirmou o líder comunista.

Em declarações aos jornalistas, em Grândola, à margem da apresentação da cabeça de lista da CDU à Câmara deste concelho nas eleições autárquicas deste ano, Fátima Luzia, o secretário-geral do PCP disse que vai manter a moção de rejeição ao Governo.

“Claro, não é uma moção de rejeição às pessoas do Governo, não é a A, B ou C”, mas “à política do Governo”, afiançou Paulo Raimundo, acrescentando que o novo executivo de Luís Montenegro vai “acentuar o que vem de trás”.

O PCP, disse, não olha “para as composições, as pessoas não são irrelevantes, o que conta é a política, mas se duvidas houvesse sobre a política basta ver a grande continuidade deste Governo para perceber o que aí está”.

Questionado sobre as suas preocupações em relação às políticas do atual Governo, Paulo Raimundo argumentou que o país “não pode esperar nada” relativamente a matérias como a saúde, a educação ou a habitação. “Tivemos um Governo que apostou tudo a desmantelar o SNS” e que “na 25.ª hora encaminhou-se para privatizar 174 centros de saúde e mais cinco hospitais pelas vias das PPP”, exemplificou.

E acrescentou que, neste momento, “temos 85 mil estudantes sem um professor a alguma disciplina, vão sair 4 mil professores no final do ano letivo e vão entrar 400, o que se pode esperar deste Governo”.

Já no que respeita à política de habitação, argumentou, “todas as medidas que [o Governo] tomou não foi para resolver nenhum problema”, mas “para criar um nicho para jovens endinheirados” quando “todos os outros ficaram de fora”.

“O que se pode esperar de um Governo que persiste na ‘lengalenga’ [de] que é preciso crescer para depois distribuir, quando temos mais de 2,5 milhões de trabalhadores que ganham menos de mil euros de salário por mês brutos e 800 mil trabalhadores que ganham o salário mínimo nacional e ao mesmo tempo temos esta concentração cada vez maior da riqueza”, sublinhou.

Para Paulo Raimundo, o Governo que hoje tomou posse vai “continuar o que tem em curso” e até fazer “pior” no caso da Segurança Social e do SNS.

“Quer por a mão no dinheiro da Segurança Social, quer de uma vez por todas abrir o pacote das privatizações, quer continuar e acelerar o desmantelamento do SNS e quer alterar as leis laborais que, na prática, significa mais precariedade para acrescentar à precariedade que já existe”.

E reafirmou que, da parte do PCP, só se pode esperar o confronto: “Ou amochamos e ficamos à espera que o tempo leve ou enfrentamos. Há uns que amocham, da nossa parte enfrentamos”, concluiu.

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