Festival Giacometti junta tradição e modernidade em Ferreira do Alentejo

Nasceu em Ajaccio, na Córsega, mas é o responsável pela recolha e estudo de grande parte do património musical português. Desde 2018 que a Câmara Municipal de Ferreira do Alentejo promove aquele que é o mais importante encontro de músicas tradicionais do país e que adotou o seu nome: Festival Giacometti. Realiza-se de 6 a 8 de junho, em todo o concelho, e conta com uma sentida homenagem em Peroguarda, freguesia que o etnólogo escolheu para ser sepultado. Francisco Alvarenga (texto) e Inácio Ludgero (fotografia)

Dança, cinema, gastronomia, conferências e, claro, concertos, muitos concertos, onde a tradição e a contemporaneidade se vão cruzar, é o que quem visitar o Festival Giacometti irá encontrar, em Ferreira do Alentejo, que conta com a presença de artistas de Portugal, Córsega, Itália e Senegal.

José Barros, que tem a curadoria do festival, recorda à Alentejo Ilustrado que “a forte ligação de Michel Giacometti ao concelho tem raízes no ano de 1968, quando fez várias recolhas relacionadas com o cante em Ferreira do Alentejo, Figueira dos Cavaleiros e Peroguarda”, aldeia que escolheu para sua última morada.

Por isso, não será de estranhar que o segundo dia do evento se inicie com uma caminhada entre Ferreira e Peroguarda, onde, pelas 11h30 horas, terá lugar uma romagem ao cemitério da localidade, precedida por uma arruada com os Zés-Pereiras de Bravães, Ponte da Barca, e que culminará, às 15h00 horas, com um concerto dos Quatro ao Sul, acompanhados por todos os grupos corais do concelho, na Praça Joaquim Roque.

Mas o encontro que tem como um dos objectivos “articular o passado e o presente, mostrando como o legado de Giacometti continua a inspirar novas abordagens culturais e artísticas”, começa esta sexta-feira à tarde, com a cerimónia de abertura seguida de um concerto no palco principal, em Ferreira do Alentejo, com Sopa de Pedra, um grupo de canto à capella, feminino, do Porto.

Às 19h00 horas será a altura de inaugurar a exposição “A Córsega e a Polifonia”, no Museu Municipal e, às 20h45 horas, o concerto de Christophe Mondoloni com melodias étnicas e tradicionais desta região francesa, no auditório do Centro Cultural. O dia terminará com Retimbar, um grupo de fusão da nova música tradicional portuguesa, que contará com a colaboração das já citadas Sopa de Pedra, no Palco do Jardim Público, e, a partir da meia-noite, no palco junto à zona das tasquinhas, a animação estará a cargo do DJ Gaiteirinho e Tradballs. 

No sábado, a tarde em Ferreira do Alentejo, contará com a presença dos famosos Caretos de Podence, a partir das 17h30 horas. Às 18h00 horas, no auditório do Centro Cultural terá lugar uma conferência sobre “Polifonia, Vozes de Mulheres”. A noite terá início no palco da praça com um concerto de grupo Do Baú, e terminará em grande, no Palco Giacometti, no jardim, com Teresa Salgueiro, que convida Isabel Silvestre e as vozes de Manhouce.

No domingo, às 11h00 horas, Catarina Moura e o seu Taleguinho, apresenta um espectáculo para os mais novos e às 16h00 horas, na Universidade Popular, realizar-se-á o workshop “Polifonia, vozes de Mulheres”, aberto a todas. À mesma hora, no auditório do Centro Cultural, passará o filme “A Música Portuguesa a Gostar Dela Própria”, de Tiago Pereira.

Às 17h30 horas, Isabel Silvestre a Vozes de Manhouce, em conjunto com os Quatro ao Sul e Os Boinas, animarão o palco da praça. A noite terá dois concertos: a italiana Maria Moramarco e a canção tradicional do seu país; e Momi Maiga, um talentoso compositor e cantor senegalês e os sons do tradicional instrumento kora.

Um fim de semana para reflectir na obra de Michel Giacometti e reviver o ambiente do Portugal profundo que ele registou, “através da música, das histórias, dos costumes e da fé”. Boas músicas..

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