Autarcas preocupados com falta de meios aéreos para combate a incêndios

A falta de meios aéreos para combate aos incêndios rurais nos concelhos de Grândola, Ourique e Moura preocupa os autarcas dos três municípios alentejanos, que apelaram hoje a uma solução urgente para dar resposta às populações.

“Preocupa-nos bastante porque é a primeira vez, desde há alguns anos, que nesta altura não temos helicópteros em Grândola”, alertou o presidente da câmara, António Figueira Mendes (CDU), em declarações à agência Lusa.

Além de este meio aéreo ser “uma cobertura para todo o litoral alentejano”, o autarca de Grândola acrescentou que também o helicóptero previsto para o concelho de Ourique, não está colocado. “É uma situação preocupante” tendo em conta a época de verão “que se perspetiva ser difícil do ponto de vista dos fogos” rurais, lamentou.

Ourique e Grândola não são casos únicos no Alentejo, porque também o helicóptero previsto para Moura, no distrito de Beja, não está disponível, revelou o presidente da câmara, Álvaro Azedo, numa publicação na sua página de Facebook, no passado dia 06 deste mês.

A colocação dos três helicópteros de combate aos incêndios nos centros de meios aéreos (CMA) destes concelhos estava prevista para o dia 01 deste mês, no âmbito do Dispositivo Especial de Combate a Incêndios Rurais (DECIR) de 2025.

Já a Câmara de Ourique, numa nota publicada na página oficial do município nas redes sociais, manifestou a sua “profunda preocupação” face à ausência do helicóptero destinado à base local. “Em pleno período de risco elevado de incêndio, e numa região com elevada carga combustível e distâncias operacionais significativas, a falta deste meio compromete a capacidade de resposta e a segurança das populações”, apontou o município.

O presidente da câmara, Marcelo Guerreiro (PS), lembra que o meio aéreo é “muito importante no combate aos incêndios em Ourique” e na região, mas só deverá ser colocado “na melhor das hipóteses”, dentro de um mês.

“Percebemos os constrangimentos que possam ter existido em matéria de contratação pública, mas o território não pode ficar à mercê da falta deste meio e deste equipamento tão importante no combate aos incêndios rurais”, argumentou.

Por isso, disse, o município de Ourique vai solicitar à ministra da Administração Interna, Maria Lúcia Amaral, e à Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (Anepc) “as diligências necessárias” para que um meio aéreo seja colocado em Ourique “o mais rapidamente possível”.

Quanto à Câmara de Grândola, já pediu “explicações ao Comando Sub-regional [de Emergência do Proteção Civil] do Alentejo Litoral sobre essa questão”, mas, perante a ausência de resposta, vai solicitar esclarecimentos ao Ministério da Administração Interna.

Na publicação no Facebook, o presidente da Câmara de Moura disse ter sido informado pelo presidente da ANEPC, Mário Silvestre, de que o “concurso do qual fazia parte o lote respeitante ao meio aéreo [para o seu concelho] ficou deserto” e que “tão breve quanto possível” a Força Aérea iria “abrir novo concurso”.

Álvaro Azedo (PS) diz estar “preocupado” com a falta do helicóptero e a época de incêndios e “desiludido” com o Governo que “prometeu acelerar processos em olhar para o Alentejo de outra maneira e o que vamos vendo, aqui e acolá, é despreocupação, ao ponto de, até nestas questões, estarmos entregues a nós próprios”.

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