De mãos dadas em frente ao portão principal da escola, cerca de 30 pessoas, entre pais, familiares e crianças, pediram “melhores condições de ensino” e “ares condicionados” em cada sala que deem uma resposta imediata ao problema.
“Os nossos filhos estão a sair daqui às 15h00 completamente derretidos em suor”, disse o porta-voz do pais e encarregados de educação do 2.º B da Escola Básica de Santiago Maior, em Beja, Pedro Santos.
Em causa está a inexistência de um sistema de climatização adequado nos edifícios que albergam o 1.º ciclo da escola e que, “com as temperaturas de 40 graus dos últimos dias”, tem feito com que “as crianças saiam daqui completamente derretidas ao fim do turno de aulas”.
“São temperaturas muito altas, que fazem com que as crianças não estejam concentradas, [porque] estão sempre a transpirar. É uma situação muito má, tanto para quem educa como para quem está a tentar aprender”, lamenta Susana Teixeira, mãe de um aluno.
Questionados há quanto tempo há este problema, apesar de a Câmara de Beja ter indicado num comunicado divulgado na terça-feira que o episódio é recente, os pais garantem que “a situação decorre há pelo menos dois anos”.
“Quem de direito já está avisado há muito tempo, isto não é de agora… Isto acontece há muitos anos, pelo menos há dois que o meu filho está aqui, [mas] isto já acontecia antes e nós temos que dar voz e apelar para que a situação se resolva”, afirmou Cláudia Canário, mãe de um aluno.
“Nós temos conhecimento que houve crianças que durante o mês de dezembro vieram para as aulas de blusão porque tinham frio. Esta escola não tem uma climatização adequada para aquilo que é a prática do ensino e aquilo que nós estamos aqui a fazer é procurar um melhor conforto para os nossos filhos”, assegurou Pedro Santos.
Em nota de imprensa, a Câmara de Beja indicou que houve na segunda-feira “uma avaria no sistema central de climatização do Centro Escolar de Santiago Maior” que afetou a ventilação “de 30 salas de aulas e dos diversos espaços comuns daquele estabelecimento de ensino”.
Ainda assim, a autarquia avançou que, “perante esta situação”, foi ativada “de imediato uma equipa técnica especializada para proceder ao diagnóstico e à reparação da avaria” e que “o sistema de climatização foi parcialmente restabelecido”, estando, por isso, “reunidas as condições para que o estabelecimento de ensino continue a funcionar”.
Embora tenham conhecimento desta anomalia no sistema, os pais e encarregados de educação afirmam que o principal problema é que “a climatização que existe nesta escola é uma climatização centralizada, que não é a solução”.
“Uma parte da escola apanha mais sol do que a outra, ou seja, as temperaturas são diferentes. [Por isso], queremos que a câmara consiga colocar aparelhos individualizados em cada sala para que cada um consiga gerir a temperatura ideal”, diz Susana Teixeira.
A Câmara de Beja reiterou ainda que “estão a ser estudadas soluções alternativas de climatização que, caso necessário, poderão avançar nos próximos dias”, uma vez que “o conforto térmico de alunos, docentes e restante comunidade educativa será sempre uma prioridade”.