Em comunicado, a Federação de Évora do PS indicou que a CP retirou recentemente “as modernas e confortáveis carruagens Intercidades” do Alentejo e trocou-as por “automotoras UTE 2240, material manifestamente inadequado para longas distâncias”.
“Esta medida representa um grave retrocesso na qualidade do transporte público da região e um desrespeito pelos seus utentes”, afirmou a estrutura socialista.
Também num comunicado hoje divulgado, a Direção Regional do Alentejo do PCP referiu que as ligações ferroviárias entre Lisboa e Évora “estão a ser feitas com material circulante desadequado da procura, com queixas permanentes dos utilizadores”.
Já o PS de Évora, alegou que a decisão de substituir as carruagens no Alentejo surgiu na sequência do acidente que envolveu um comboio Intercidades e um camião, ocorrido há duas semanas, na Linha da Beira Baixa.
“A troca de material circulante penaliza diretamente os milhares de passageiros que diariamente dependem do comboio para trabalhar, estudar e se deslocar, forçando-os a viajar em condições de desconforto e indignidade”, realçou.
Assinalando que foi um Governo socialista que, em 2019, permitiu ao Alentejo receber pela primeira vez o Intercidades, o PS salientou que esta decisão “anula essa conquista e repõe uma política de discriminação que se julgava ultrapassada”.
Citado no comunicado, Luís Dias, presidente da Federação Distrital de Évora do PS e deputado do partido eleito por este círculo eleitoral, considerou que a decisão da CP “é inaceitável e revela um profundo desrespeito pelos alentejanos”.
“Não somos, nem aceitamos ser, cidadãos de segunda. A conquista de um transporte ferroviário digno foi um passo importante para a coesão territorial e o desenvolvimento do Alentejo. Retirar-nos agora essa condição, usando a nossa região como solução de recurso, é uma afronta que não vamos tolerar”, sublinhou.
No comunicado, a federação socialista exigiu a reposição imediata das carruagens Intercidades nas ligações ao Alentejo e um compromisso por parte da CP e da tutela de que “o Alentejo não voltará a ser discriminado na alocação de material circulante”.
“A continuidade do investimento na modernização da ferrovia na região, essencial para o seu desenvolvimento económico e social”, é outra das reivindicações dos socialistas.