“Grândola Vila Morena” em classificação como bem de interesse nacional

Dois conjuntos com gravações relativas à revolução do 25 de Abril foram propostas pela Museus e Monumentos de Portugal (MMP) para classificação como bens móveis de Interesse Nacional, segundo um anúncio publicado em "Diário da República".

O processo foi aberto no final de junho do ano passado e referia-se a “dois conjuntos de fonogramas (três bobinas de fita magnética), contendo a gravação da secção do programa ‘Limite’ que serviu de senha para o início da Revolução e a gravação do Primeiro Encontro da Canção Portuguesa”, realizado no Coliseu dos Recreios a 29 de março do mesmo ano.

Na altura, a MMP lembrava que “o pedido de abertura do procedimento foi solicitado, em 29 de novembro de 2023, pela Direção Regional de Cultura do Alentejo e pelo Município de Grândola”.

Num anúncio publicado em “Diário da República”, o presidente da MMP, Alexandre Pais, torna público que, “com fundamento em parecer da Secção dos Museus, da Conservação e Restauro e do Património Cultural Móvel, de 05 de maio de 2025, é intenção” da empresa pública propor à ministra da Cultura, Juventude e Desporto, a classificação como bens móveis de interesse nacional da designada “Senha da Liberdade”.

A primeira bobina, propriedade da Fundação Mário Soares e Maria Barroso, inclui a leitura da primeira quadra da canção “Grândola, Vila Morena”, a própria canção, efeitos sonoros a acompanhar a leitura, por Leite Vasconcelos, dos poemas “Geografia” e “Revolução Solar”, de Carlos Albino, incluindo ainda a canção “Coro da Primavera”, de José Afonso.

O segundo conjunto – propriedade da RTP – inclui duas bobinas com gravações do Primeiro Encontro da Canção Portuguesa, de 29 de março de 1974, que aconteceu no Coliseu dos Recreios, em Lisboa.

“Os bens propostos são um conjunto de gravações originais e são portadores de memórias coletivas relacionadas com o 25 de Abril de 1974, representando e testemunhando factos nacionais relevantes, constituindo bens culturais móveis integrantes do património fonográfico à luz da Lei de Bases do Património Cultural”, pode ler-se no despacho sobre este assunto.

Ambos os conjuntos foram doados por Manuel Tomaz, responsável pelas gravações e coautor do programa “Limite”. “Queremos transformar [estes registos] em património nacional, dada a importância que eles têm e porque um dia corríamos o risco de se perderem”, disse, em 2023, o presidente da Câmara Municipal de Grândola, António Figueira Mendes.

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