Deputados perspetivam 2024, com eleições no horizonte

Partidos anunciam os primeiros nomes às legislativas de março. Com eleições no horizonte, pedimos a três deputados alentejanos um balanço de 2023 e perspetivas para o ano que agora começa.

Ana Luísa Delgado (texto)

Deputado socialista eleito por Portalegre, Ricardo Pinheiro lembra que 2024 será marcado pela conclusão da nova linha ferroviária do Alentejo, ligando Sines a Elvas, naquele que é o maior investimento público em curso no país e que permitirá “aproximar” os territórios do interior a Sines, concelho com “um potencial enorme para a promoção internacional”. Mas será também um ano de “avanço” para a construção da Barragem do Pisão, empreendimento de 120 milhões de euros que permitirá garantir o abastecimento público de água a diversos municípios do Alto Alentejo, produzir energia e criar um perímetro de rega com cerca de cinco mil hectares.

Ex-secretário de Estado do Planeamento, Ricardo Pinheiro destaca ainda os investimentos que têm vindo a ser feitos na saúde, tanto no hospital de Portalegre como na construção do novo Hospital Central do Alentejo, em Évora, uma “unidade de referência à escala nacional que irá servir a população que vive e que deseja viver no Alentejo, contribuindo para a mobilidade dentro do território nacional”.

“Espero que a estabilidade que o PS tem dado ao país e à região nos últimos anos possa continuar a ser garantida”, defende Ricardo Pinheiro, que surge na ‘pole position’ para cabeça-de-lista do PS às legislativas, a par com o presidente da Federação de Portalegre, Luís Testa. Em Évora, o também presidente da Federação do PS, Luís Dias, é o nome apontado como “provável” cabeça-de-lista. No Baixo Alentejo, como há três anos, a liderança da lista será decidida entre os dois atuais deputados: Nelson Brito, presidente da Federação, e Pedro do Carmo, que integra o Secretariado Nacional.

VIRAR A PÁGINA

Se os socialistas insistem na “estabilidade”, os social-democratas defendem o “virar de página”. Sónia Ramos, a única deputada do PSD pelo Alentejo, eleita por Évora, espera que o próximo ano “ponha fim ao desnorte das políticas públicas de educação, saúde ou justiça”, e inverta um ciclo onde se “agravou a pobreza, sobretudo das crianças, e em que o número de sem-abrigo aumentou”, no que define como um “capítulo negro” na história do país.

Fonte partidária garante à “Alentejo Ilustrado” que só no início de 2024 haverá definições no que às listas de deputados diz respeito, uma vez que a prioridade dos órgãos nacionais foi “fechar os termos da coligação” com o CDS. Praticamente garantido estará a mudança de cabeças-de-lista em Portalegre e Beja. “Foram escolhas pessoais de Rui Rio”, nota um dirigente regional. Em Beja,  e sem surpresa, o candidato escolhido pela Comissão Política Distrital é o presidente desta estrutura. “A escolha é do presidente do partido. Vamos aguardar pela decisão final”, diz Gonçalo Valente. Já em Portalegre, um dos nomes sobre a mesa será o do presidente da Câmara de Fronteira, Rogério Silva, que não se pode recandidatar a um novo mandato.

Sónia Ramos lamenta que 2023 fique marcado pelo “chumbo” de diversas propostas apresentadas pelo PSD e que foram rejeitadas pela maioria absoluta do PS, apesar de “serem unânimes” para todo o território. 

“Posso exemplificar com a proposta que fizemos de requalificar a Estrada 255, que ruiu num acidente trágico que não vamos esquecer. O próprio primeiro-ministro tinha dito que iria reconstruir a estrada, mas afinal votaram contra a nossa proposta”, refere Sónia Ramos.

DISPONIBILIDADE PARA LUTAR

Na CDU já são conhecidos os cabeças-de-lista por Évora (Alma Rivera) e por Beja (João Dias), que terão tarefas bem diferentes. Nascida nos Açores, Alma Rivera tem por missão recuperar a representação parlamentar do PCP no distrito de Évora, depois de o anterior deputado, João Oliveira, ter falhado a eleição em 2021. Já em Beja, João Dias vai a jogo para tentar a reeleição, sendo que atualmente é o único deputado comunista pelo Alentejo.

“Em 2024 espero continuar a ter disponibilidade para lutar não só pela melhoria da qualidade de vida na nossa região, como em todo e do país. Mas espero que neste início de ano reconheçam aquilo que tem sido o trabalho de um deputado eleito pelo PCP, a luta que tem travado na Assembleia da República”, diz João Dias, lamentando que 2023 tenha terminado “com um excedente orçamental que fica a fazer falta na vida das pessoas” e contribui para o “empobrecimento dos serviços públicos”.

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