Depois de a Agência Portuguesa do Ambiente (APA) ter alegado “constrangimentos financeiros” para não proceder à abertura da Lagoa de Santo André, a Câmara e Junta de Freguesia apelaram à população para participar num protesto, para o qual convidaram igualmente “todas as associações e entidades da região”. No seu entender, a decisão da APA “deixa o ecossistema em risco”. A ação de protesto terá início pelas 17h00, junto à antiga Fragateira.
Álvaro Beijinha, presidente da Câmara de Santiago do Cacém, e David Gorgulho, presidente da Junta de Freguesia de Santo André, manifestam a sua profunda indignação pela posição de “total desresponsabilização” da APA de não assumir, este ano, a abertura da Lagoa de Santo André.
Segundo a autarquia, a APA “argumenta que foi sujeita a uma cativação orçamental e que por tal não lhe foi possível contratar os serviços relativos a esta operação”. Uma situação que foi comunicada ao Município por mensagem de correio eletrónico, na semana passada, dias antes da intervenção prevista na Lagoa.
“Isto é uma verdadeira irresponsabilidade. Estamos a tratar de um assunto demasiado sério, porque se trata de algo fundamental para o ecossistema da Lagoa de Santo André e de tudo o que representa do ponto de vista ambiental, humano e económico. É natural que a população esteja preocupada, não vamos calar a nossa voz sobre este assunto”, afirma Álvaro Beijinha.
A abertura ao mar é fundamental para a renovação da água da Lagoa, importante para o aumento da oxigenação, redução da eutrofização e estratificação, e para a entrada e saída de peixe, assim como o do ecossistema lagunar.
“A falta de ligação ao mar, também, afeta a comunidade piscatória da reserva, a atividade económica da restauração, que se dedica em grande medida à confeção da enguia, prato ‘ex-líbris’ na freguesia de Santo André, e do turismo pois pode colocar em causa a qualidade da água para a prática balnear”, recorda a autarquia.