Na pergunta enviada à ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, os deputados do PCP recordam a intenção anunciada pela Cruz Vermelha de encerrar duas Estruturas Residenciais para Idosos (ERPI) em Beja, de que é proprietária.
“Tratam-se de dois lares que acolhem cerca de 60 utentes, relativamente aos quais o encerramento desta resposta os deixa completamente desamparados, sem que as suas famílias tenham possibilidade ou capacidade de encontrar outra solução que garanta os cuidados ali assegurados, tanto mais que, no distrito não existe capacidade para os acolher”, referem os deputados do PCP, lembrando que os lares que têm protocolos com a Segurança Social “estão lotados e os que restam são instituições privadas, com preços que estas famílias não conseguem pagar”.
Ainda de acordo com a pergunta apresentada, e enviada à Alentejo Ilustrado, os deputados do PCP referem que “além do impacto que o encerramento terá sobre os utentes e suas famílias, serão também afetados 25 funcionários que ali trabalham que perderão os seus postos de trabalho, deixando- os completamente desamparados”.
Depois de uma visita às duas unidades, em janeiro, o presidente da Cruz Vermelha Portuguesa, António Saraiva, reconheceu as “condições pouco dignas” em que se encontram os utentes, fruto da degradação do edifícios onde funcionam os lares “José António Marques” e “Henry Dunant”, no centro histórico da cidade de Beja, assegurando que uma decisão sobre o seu eventual encerramento seria tomada “tão rápido quanto possível”.
“Faremos essa avaliação e veremos o que se pode fazer. Mas uma garantia que já demos é que a CVP, até pelos seus sete princípios básicos, não deixará ninguém desprotegido e acautelaremos a situação, quer dos utentes quer dos nossos colaboradores”, frisou António Saraiva, citado pela Lusa, acrescentando que “há todo um conjunto de exigências legais que, se hoje tivéssemos que abrir dois lares em Beja, não poderiam ser naqueles sítios onde os temos”.
Os deputados comunistas sublinham que “as razões que levam ao encerramento destes lares serão de ordem financeira e estarão também relacionadas com a degradação dos edifícios” onde estão a funcionar, duas antigas casas senhoriais, por isso exigem que o Governo avalie o caso e encontre soluções para os utentes e trabalhadores.