A totalidade da programação ainda não foi divulgada, apenas a data para a realização da segunda Marcha Orgulho LGBTQIA+ de Évora: 8 de junho. Um dia em que, assegura a organização, “as ruas de Évora voltam a encher-se de todas as cores e a cidade volta a marchar pela liberdade de ser, de existir e de pertencer”.
A Comissão Évora Pride, que integra, entre outras associações, a Sociedade Harmonia Eborense e o Núcleo Feminista de Évora pela à participação numa iniciativa “contra a intolerância, a homofobia, a transfobia, a interfobia e todas as formas de inviabilização” e espera que esta marcha “deixe ecoar pelas muralhas da cidade um grito de amor, igualdade, fraternidade, visibilidade e de humanidade. Évora não ficará em silêncio”.
De acordo com a mesma fonte, a programação irá integrar rodas de conversa, cinema, teatro, performance, concertos e exposições, incluindo uma “colaborativa” intitulado “Missiva de Amor e Ódio 1.0”.
Após os acontecimentos do ano passado – em que uma exposição foi destruída – “e tendo em conta o caminho que se começa a desenhar para as minorias em Portugal nos próximos tempos, com o aumento do discurso de ódio a subir para valores que até a bem pouco tempo seriam inimagináveis”, o Évora Pride decidiu abrir a possibilidade de participação a todos os artistas visuais do país. “Achámos que falar sobre dar amor quando se recebe ódio em troca, continua a ser um tema premente e necessário”.
Numa mensagem dirigida aos vereadores da Câmara de Évora, na sequência de dúvidas levantadas pelas bancadas do PS e da Movimento “Cuidar de Évora” sobre a equidade no apoio do município às diversas associações do concelho, a Comissão Évora Pride lembra que “o Alentejo continua a ser a região do país onde existe a maior taxa de suicídios, em geral, e em particular no suicídio LGBTQIA+, porque infelizmente não existem estruturas de suporte e existe ainda um caminho a fazer-se através da educação para destruir preconceitos”.
Sublinhando que apenas existem, na região, duas associações direcionadas para estas questões, “seguramente insuficientes para a dimensão do território onde se inserem”, a organização lembra a “expressão de ódio” registada o ano passado, “que culminou na destruição da exposição ‘Missiva de Amor e Ódio’, na Igreja de São Vicente, onde um funcionário público foi feito refém, bem como a invasão Pride dos Pequeninos por alguns elementos do movimento de extrema-direita A Reconquista”.
“Por outro lado”, acrescenta, “[houve também] grande afluência de público aos eventos e a grande mobilização de pessoas no dia da marcha, demonstrando a necessidade de criar espaços de contacto onde a celebração anda de mãos dadas com a educação, a sensibilização e a cultura”.
“Realizar o Évora Pride é criar espaços de encontro, de partilha, de educação e de sensibilização e criar isto tudo em parceria com o Município é trabalhar, agora, a forma como no futuro se viverá em Évora, uma cidade que se espera segura, convidativa, inclusiva e livre”, conclui.
Foto: Évora Pride/Facebook