Estremoz classifica fachada de esgrafito como monumento municipal

A fachada com esgrafito de uma casa situada nos números 24 e 25 do Largo do Outeiro, no centro histórico de Estremoz, foi classificada como Monumento de Interesse Municipal, num processo aprovado pela Câmara e já publicado em “Diário da República”. Ana Luísa Delgado (texto)

ANA LUÍSA DELGADO (TEXTO) GONÇALO FIGUEIREDO (FOTO)

O anúncio, assinado pelo presidente da Câmara de Estremoz, José Daniel Sádio, refere que “não se prevê a delimitação de Zona Especial de Proteção (ZEP), visto que os instrumentos de gestão territorial em vigor asseguram o enquadramento necessário à proteção e valorização do imóvel em questão”, por se encontrar inserido na ZEP do Castelo de Estremoz.

Segundo a autarquia, o imóvel classificado “apresenta elementos arquitetónicos decorativos cujo código estético é característico do século XVII, sendo o elemento de destaque o esgrafito que se encontra na fachada do imóvel, datado possivelmente de 1668”.

O termo esgrafito, explica, aplica-se à técnica decorativa do mural que recorre à incisão com um estilete metálico, lâmina ou outra ponta afiada para fazer as linhas de um ornato, removendo, posteriormente, a camada superficial da argamassa enquanto esta ainda está macia, de forma a mostrar a coloração da argamassa subjacente.

A descoberta do esgrafito na fachada do imóvel, ocorreu no mês de outubro de 2022, durante os trabalhos de limpeza da fachada, efetuados pelos proprietários do imóvel, que acabaram por revelar a existência daquilo que aparenta ser um elemento decorativo anterior à existência da janela do 1.º andar esquerdo.

“Estamos perante um exemplar de grande interesse patrimonial, com uma grande qualidade no traço e corte, datado, não esquecendo até algum carácter de unicidade a nível nacional e também no contexto urbano de Estremoz, visto que existe apenas mais um exemplar, num friso de um imóvel no Largo D. Dinis n.º 5”, acrescenta a mesma fonte.

Com esta classificação pretende-se “sensibilizar o público em geral para o valor e para a situação de risco deste património, aparentemente desconhecido e/ou desvalorizado, enfatizando a necessidade de salvaguardar a sua autenticidade material”

Partilhar artigo:

ASSINE AQUI A SUA REVISTA

Opinião

PUBLICIDADE

© 2024 Alentejo Ilustrado. Todos os direitos reservados.

Desenvolvido por WebTech.

Assinar revista

Apoie o jornalismo independente. Assine a Alentejo Ilustrado durante um ano, por 30,00 euros (IVA e portes incluídos)

Pesquisar artigo

Procurar