António José Rocha que utilizava o pseudónimo de Joaquim Murale, anunciara o lançamento do seu livro O Cio da Serpente, para dia 8 do mês corrente na Casa do Alentejo, local onde a Lincemoz fez vários lançamentos de obras do poeta nosso conterrâneo.
Inesperadamente um ataque de AVC vitimou o poeta no dia 26 de maio findo. Todavia, a Lincemoz de acordo com a editora Seda (Porto) resolveu manter o lançamento e simultaneamente homenagem póstuma, o que foi um facto.
António José Rocha nasceu na freguesia de Santa Maria (em 18 de março de 1953) para as bandas do Ameixial, mas seu pai, trabalhador rural, foi obrigado a deambular por outras freguesias e lugares. Aos 14 anos, acompanhando a família na busca de melhores condições de vida, migrou para os concelhos periféricos da capital com frequência da Escola Rainha Santa.
Em Lisboa teve várias ocupações profissionais logo a partir dos 14 anos de idade e com custo e dificuldades foi estudando. Mesmo com sacrifícios não conseguia continuar os estudos o que teve de interromper.
Todavia, com persistência e abnegação, com a idade de 40 anos, consegue matricular-se no ISPA-Instituto Superior de Psicologia Aplicada, onde se licenciou em Psicologia Social e das Organizações. Entre 2000 e 2002 realizou uma pós-graduação em Consulta Psicológica e Psicoterapia.
Quanto à dedicação literária: deixou mais de duas dezenas de livros de poesia, romance, contos e teatro, sendo de destacar a peça Ao Atiçar do Lume premiado pelo Secreta- riado Nacional de Informação e que teve várias representações por grupos nacionais e também em França.
Joaquim Murale foi o escritor estremocense com a maior obra publicada e possivelmente em qualidade.