Prazos do novo Hospital Central do Alentejo continuam a “derrapar”

A promessa do anterior Governo de que o novo Hospital Central do Alentejo seria inaugurado este ano está cada vez mais distante. Concursos para acessibilidades e rede de abastecimentos conti- nuam por lançar. Luís Godinho (texto e fotografia)

Nem 2023, conforme prometido pela ex-ministra Marta Temido. Nem 2024, conforme garantiu o seu sucessor, Manuel Pizarro. “Já teremos sorte se o novo Hospital Central for inaugurado em 2025, mas mesmo assim há procedimentos que estão por realizar e verbas que são claramente insuficientes”, diz fonte conhecedora do processo, apontando que os 30 milhões de euros previstos para a aquisição de equipamentos “terão obrigatoriamente de ser reforçados”, desde logo pela subida de pre- ços nos últimos dois anos.

Mas há mais. “Para aquisição desses equipamentos será necessário recorrer aos procedimentos da contratação pública e nada disso está feito. Tal como continuam por lançar os concursos para a construção dos acessos e das redes de abastecimento de água e esgotos”, acrescenta a mesma fonte, chamando a atenção para outro problema: “Ainda estará por resolver a questão dos 60 a 65 milhões a mais exigidos pela empresa construtora devido ao aumento das matérias-primas”.

Para apurar o valor a pagar, a Administração Regional de Saúde (ARS) do Alentejo aceitou recorrer a um tribunal arbitral, numa decisão classificada de “ilegal” pelo Tribunal de Contas. Apesar de questionado pela Alentejo Ilustrado, o Ministério da Saúde ainda não respondeu sobre se irá dar cumprimento à decisão do tribunal arbitral, nem tão-pouco avança com uma previsão para a conclusão das obras.

Na “gaveta” continuam ainda os concursos para a construção dos acessos ao novo hospital e das redes de abastecimento de água e esgotos. Em novembro do ano passado, o presidente da Câmara de Évora, Carlos Pinto de Sá, assegurava que o Município “estava em condições” de poder lançar os concursos, não o fazendo pois “os terrenos ainda não estão disponíveis”.

Nove meses depois, o autarca revela “terem sido concluídos” contactos com os proprietários dos terrenos, “que decorreram de forma muito positiva” pelo que “não será necessário” recorrer à expropriação. Mas os concursos continuam a aguardar melhores dias.

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