Elvas: Nuno Mocinha avança para a concelhia do PS, de olhos postos na Câmara

O ex-presidente da Câmara de Elvas, Nuno Mocinha, será o próximo presidente da concelhia de Elvas do PS. As eleições estão marcadas para dia 5. É o primeiro passo na corrida às autárquicas do próximo ano.

“Sou elvense, gostava que o concelho tivesse outro dinamismo, que não tem, e isso só se pode fazer se tivermos intervenção direta”. Para que não restem dúvidas, Nuno Mocinha é claro, a “intervenção direta” de que fala serão as próximas autárquicas. O primeiro passo está dado: no próximo dia 5 será eleito presidente da concelhia socialista. Depois, diz, “há a perspetiva das autárquicas, a certeza de que há um caminho a fazer e a vontade de voltar a pôr Elvas no carril”.

Nas últimas eleições, em 2021, um movimento independente liderado por Rondão de Almeida ganhou a Câmara aos socialistas, ainda que com o mesmo número de vereadores, três, tendo a coligação PSD/CDS conseguido segurar um lugar. Agora, Nuno Mocinha quer “virar o jogo” e acusa o Executivo autárquico de inércia: “Elvas estava no auge em termos de promoção do concelho, muito alavancada no património, na cultura, na classificação como Património da Humanidade. Neste momento não está em lado nenhum, perdeu a visibilidade até nas feiras profissionais que existem para promover o turismo”.

Face à indisponibilidade do atual presidente da concelhia para se candidatar a um novo mandato, Nuno Mocinha entendeu ser chegada a hora de dar “um passo em frente” com objetivos definidos: primeiro conquistar o partido, depois a cidade. “Elvas deixou de estar na moda e precisa de retomar esse caminho, precisa de crescer, que venham pessoas de fora ajudar-nos a criar riqueza no concelho”.

Acusando o atual Executivo de “fazer uma governação para dentro, que não acrescenta valor”, o ex-presidente lamenta que “muitos projetos tenham ficado por executar”, como o parque empresarial junto à estação ferroviária, numa “absoluta falta de estratégia” para desenvolver o concelho.

“Andou-se três anos a inventar uma outra solução, muito difícil de concretizar por causa da Rede Natura, andámos três anos entretidos a ouvir falar do Caia e agora, pelos vistos, o projeto foi abandonado”, critica Nuno Mocinha.

Questionado pela Alentejo Ilustrado sobre os motivos que o levaram a renunciar ao cargo de vereador, para o qual foi eleito em 2021, o ex-autarca diz ter-se tratado de uma “questão mais profissional, que pessoal”. E explica: “Não nasci com heranças de pais, o que quer dizer que tenho de trabalhar. E tendo de trabalhar, o meu emprego não era compatível com o cargo de vereador”. 

“Afastei-me. Tenho pena, porque poderia ter tido outro tipo de intervenção”, desabafa, assegurando que as grandes linhas de intervenção política para os próximos meses estão definidas: “Dar um futuro às pessoas, aos jovens, para que não tenham de deixar a sua terra, para que possam regressar. Para isso é preciso haver empresas e habitação de qualidade. É preciso termos cultura e turismo. É preciso haver economia”.

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