A denúncia chegou à União de Freguesias de Santa Maria e de Santo André e à Câmara de Estremoz: “Os habitantes da freguesia alertam para uma ocupação clandestina nos tanques públicos da Fonte de Imperador e pedem uma resolução imediata da situação, pois o espaço público está sob controlo de privados”. Foi apresentada em finais de março. Quatro meses depois, o acesso continua interrompido. E nenhuma das entidades oficiais a quem foi dirigido tomou qualquer posição pública.
“Não temos nenhum documento a comprovar que somos proprietários dos tanques”, disse Pedro Ramalho, presidente da União de Freguesias, remetendo esclarecimentos adicionais para a Câmara de Estremoz. Questionado, o presidente da Câmara, José Daniel Sádio não respondeu às perguntas que lhe foram enviadas.
“Fica o alerta para as instituições responsáveis, o não conhecimento, ou concordam com a ilegalidade”, referem os cidadãos autores da denúncia, igualmente enviada para a GNR de Estremoz.
A posição de Pedro Ramalho contrasta com a do anterior presidente da União de Freguesias, José Ginja, segundo o qual “o imóvel, denominado lavadouro público da Fonte do Imperador, está registado no património desta freguesia”. Num email de 2021, o então autarca sublinhava a intenção do executivo da freguesia de “mandar proceder a obras de reparação e conservação” do lavadouro.
Numa mensagem de correio eletrónico dirigida à União de Freguesias, a que tivemos acesso, o proprietário de um monte existente na zona sugeria a “demolição” dos lavadouros – “esta infraestrutura encontra-se devoluta e, aparentemente, abandonada” – referindo que essa demolição permitiria o acesso ao monte “por uma via mais segura, com menor tráfego e mais acessível à nossa vida”.
Não tendo sido demolido (pelo menos, por enquanto), o imóvel está agora inacessível. Sem que a União de Freguesias ou o Município de Estremoz expliquem qual a fundamentação legal para o corte do caminho que dá acesso aos lavadouros.