Luís Assis: “Escuta esta, não aquela!”

A opinião de Luís Assis (opinião)

Ficámos a saber que ele há escutas bondosas, embora ilegais e que há escutas maldosas, embora legais e que, os que apoiam as bondosas ilegais são contra as maldosas legais, numa contradição insanável, mas que para os seus defensores faz sentido.

É curioso verificar que se glorificaram as escutas bondosas ilegais como as wikileaks, os Panamá Papers e Rui Pinto, que publicaram milhões de documentos confidenciais de governos, empresas e autoridades públicas, sem a sua autorização e sem autorização judicial, sobre várias áreas de actividade e investigação.

Nestes casos vimos destacadas e conhecidas pessoas pugnar pela sua coragem na divulgação destes documentos; debates públicos em sua defesa e a necessidade do seu conhecimento público, pelo dito interesse público na sua divulgação.

Da mesma forma que se glorificam as escutas bondosas ilegais, diabolizam-se as escutas maldosas legais, decididas por um juiz, que aceitou a justificação da sua realização, ao contrário das outras, que foram feitas às escondidas.

Por cá, grande parte daqueles que glorificaram as escutas bondosas ilegais foram aqueles que diabolizaram as escutas maldosas legais, pela razão oposta à das primeiras, quer por não ter qualquer interesse público no seu conhecimento, quer pelas pessoas visadas.

Estas escutas maldosas legais dizem respeito às escutas a António Costa e a João Galamba, sendo ambas validadas por juízes para poderem ser realizadas e que, no caso de António Costa foi decidido pelo Supremo Tribunal de Justiça que as mesmas deviam ser preservadas.

A diferença entre ambas é que nas bondosas ilegais estão em causa os EUA, o grande capital, os negócios do futebol, tudo aquilo que os seus defensores entendem que deve ser combatido e extirpado da sociedade, enquanto que, nas maldosas legais foram governantes de esquerda, onde não interessa saber o que andaram a fazer, porque a esquerda só governa a “bem do povo”, faça ela o que fizer.

Nas escutas maldosas legais ficámos a saber como e quais as razões porque foi demitida a administradora da TAP, que nada teve que ver com o que o governo afirmou publicamente, o que pode indiciar uma gestão pública não correcta dos interesses do Estado e, nas segundas, as conversações ocorridas antes da aprovação de certos negócios de interesse público. Porque será?

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