Falta de bombeiros e de meios pode comprometer socorro em Vendas Novas

O presidente da direção dos Bombeiros de Vendas Novas está preocupado com “a grande falta de recursos humanos”, tanto de profissionais como de voluntários, e de meios na instituição. Numa carta aberta à população, Vítor Gatinho escreve que estes problemas “comprometem a resposta a qualquer situação de emergência”.

Lembrando ter tomado posse há oito meses, com “um projeto estruturado e ambicioso, que assenta na melhoria das condições dos operacionais, otimização das despesas, melhoria da frota e principalmente na capacidade de resposta à emergência”, o presidente da Associação Humanitária dos Bombeiros de Vendas Novas refere que a falta de recursos humanos constitui “um motivo de preocupação”, pois a capacidade de resposta “não está a conseguir acompanhar” o desenvolvimento do concelho.

“De uma forma muito direta, e com muita mágoa, transmito-vos que a resposta ao socorro e

emergência no nosso concelho está comprometida. Não devemos ter receio ou pudor em assumi-lo, mas sim tratar este assunto de forma clara e transparente”, acrescenta Vítor Gatinho, criticando o “modelo de voluntariado obsoleto” em que assenta “a principal resposta à emergência” no nosso país.

“É urgente a revisão deste modelo, para que o socorro em Portugal não esteja demasiado dependente do voluntariado e do associativismo, mas infelizmente nenhuma entidade competente o quer ou tem interesse em resolver”, sublinha. A corporação é composta por 42 efetivos, 20 dos quais são voluntários.

Na carta dirigida à população, o presidente dos Bombeiros reconhece o “orgulho” nas novas instalações, construídas pela anterior direção com o apoio da Câmara, mas interroga-se: “De que nos serve, por si só, o novo quartel se a carência de operacionais aumenta de dia para dia”.

“Todos os nossos esforços”, escreve Vítor Gatinho, “estão a ser canalizados para o aumento das condições salariais e do efetivo operacional (profissionais), bem como para o aumento do efetivo de voluntários”.

Contudo, refere que “não só cada vez é mais difícil atrair as novas gerações, que não estão dispostas a abdicar do seu tempo, como também os nossos bombeiros se começam a questionar se vale a pena abandonarem as suas atividades laborais, para se tornarem profissionais da associação, deixando de ter horário fixo de entrada e saída como a maioria trabalhadores”. 

À falta de efetivos soma-se a de meios: “De que serve ter um Corpo de Bombeiros altamente qualificado se não possuímos meios operacionais e materiais para o desempenho da missão?”, interroga-se o presidente, sublinhando que a frota para combate a incêndios é constituída por “autênticas peças de museu”, sendo que “o veículo mais novo de combate a incêndios rurais tem mais de 30 anos e já não reúne as condições de segurança”.

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