Se 2022 tinha sido o melhor ano de sempre no que se refere à exportação de cortiça (1,20 mil milhões), 2023 superou esses resultados. Portugal vendeu para o estrangeiro 1,21 mil milhões de euros em cortiça e produtos do setor, indicam dados publicados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE). Embora um pouco aquém do valor avançado em fevereiro pela Associação Portuguesa de Cortiça (APCOR), que apontava para um volume de exportações de 1,23 mil milhões de euros, trata-se de um “novo recorde do setor”.
Os dados do INE consultados pela Alentejo Ilustrado indicam que o “grosso” das exportações foi para países da União Europeia (710 milhões de euros), com a França à cabeça, enquanto que para países não comunitários as vendas de cortiça chegaram quase aos 500 milhões de euros, sendo 214 milhões para os Estados Unidos, que consolidou a segunda posição entre os principais mercados da cortiça portuguesa, à frente de Espanha, Itália e Alemanha
Trata-se de um crescimento na ordem dos 45% nos últimos 10 anos. Em 2013, segundo a mesma fonte, as exportações de cortiça ficaram pelos 833 milhões de euros.
“Estes resultados confirmam a resiliência das nossas empresas, suportada pela performance dos seus produtos e pela estratégia de valorização de toda a fileira. Enquanto setor que exporta mais de 90% da sua produção, a conjuntura internacional continua a ser um fator preponderante no nosso desempenho, não estando imune ao ajustamento das cadeias de abastecimento e ao abrandamento significativo na procura”, diz o secretário-geral da APCOR, João Rui Ferreira, acrescentando que essas dificuldades foram “evidentes” ao longo de um ano “marcado por um primeiro trimestre de forte crescimento e os restantes de equilíbrio com os períodos homólogos do ano anterior”.
Ainda de acordo com João Rui Ferreira,“num setor estratégico para o país, nas diferentes dimensões da sustentabilidade: ambiental, económica e social e de forma a consolidar a liderança mundial, será necessário reforçar e ativar rapidamente os programas de promoção internacional, bem como dar continuidade ao desenvolvimento tecnológico do setor”.
Com as vendas para o estrangeiro acima nos 1,21 mil milhões de euros, o saldo da balanço comercial continuou a subir, valendo o setor 938 milhões de euros, explicado pela APCOR por uma taxa de cobertura das importações pelas exportações de 4,2 vezes”. De acordo com a associações, trata-se de um desempenho “sólido” que traduz “a importância e a competitividade do setor no mercado internacional e o grande valor acrescentado”.