Há pelo menos duas décadas que a construção da rede de rega Barragem do Abrilongo, em Campo Maior, é uma exigiência de agricultores e autarcas. O contrato de empreitada , no valor de 17,7 milhões de euros, foi hoje assinado, numa cerimónia que contou com a presença do ministro da Agricultura, José Manuel Fernandes.
Segundo o governante, este projeto “traz competitividade [e] ajuda à coesão territorial e à sustentabilidade” do território. Cumpridos os prazos, as primeiras explorações poderão começar a ser irrigadas em dezembro do próximo ano. Ao todo, a rede de rega do aproveitamento hidroagrícola do Xévora irá beneficiar cerca de 1600 hectares de regadio.
O projeto avança com diversas restrições para salvaguarda do ambiente, designadamente de terrenos onde nidificam espécies ameaçadas, como os grous ou as abetardas, mas a existência de um reservatório de água virá igualmente“ajudar à biodiversidade e ao combate às alterações climáticas”, de acordo com José Manuel Fernandes.
“Eliminar barragens conduziria não só ao abandono do território, como ao aumento da seca e de problemas ambientais. É necessário acelerar processos. Uma declaração de impacte ambiental não pode demorar cinco anos, é um prejuízo enorme que tal aconteça. Felizmente temos um primeiro-ministro que não só considera a Agricultura como estratégica e estruturante como depois tem este objetivo da simplificação, este objetivo de acelerar processos”, acrescentou o ministro da Agricultura.
Considerando que a água “é prioritária” para a agricultura, o governante disse causar-lhe “confusão” a existência de “radicais verdes” que “são contra a construção de barragens, contra o armazenamento de água” pois isso significaria “promover o deserto numa série de sítios”, sendo “contra o ambiente”.
“Há quem queira eliminar barragens, o que era um desastre, conduzia não só ao abandono do território como ao aumento da seca e de problemas ambientais”, disse ainda José Manuel Fernandes, defendendo a necessidade de “simplificação” dos processos de avaliação dos impactes ambientais: “Eu sei que neste país há muita gente que é paga para criar problemas, não para resolvê-los, mas isso é algo que tem de acabar”.
A obra da rede de rega da Barragem do Abrilongo, nesta primeira fase, envolve um investimento de 17,7 milhões de euros, sendo financiada através do Programa de Desenvolvimento Regional e com um prazo de execução até final do próximo ano. A segunda fase, que inclui a construção do reservatório e da estação elevatória de rega deverá ser lançada em 2026, o que fará “disparar” o investimento para cerca de 25 milhões de euros.