O atual presidente da distrital, Gonçalo Valente, não se pode recandidatar por estar a cumprir o terceiro mandato, o último permitido pelos estatutos do partido. Andreia Guerreiro perfila-se como candidata à sucessão, apontando o “fortalecimento das bases locais” e as autárquicas do próximo ano como prioridades para o PSD/Beja.
Em entrevista à Alentejo Ilustrado, Andreia Guerreiro diz que decidiu avançar por força de uma espécie de chamamento e apelo de vários militantes, muitos deles jovens, para que apresentasse uma candidatura. “Não tinha previsto fazê-lo, mas acabei por perceber que tinha esta espécie de missão, a de formar uma alternativa a outras candidaturas que se estavam a organizar”.
Mesmo em tempo de férias, o contacto com os militantes avançou e a candidatura ganhou forma. “Estou aqui de coração aberto para trazer um projeto diferenciado ao partido, sem esquecer a história nem o presente”, diz a candidata que, se for eleita, será a primeira mulher a presidir a uma distrital do PSD no Alentejo. “Se tiver essa confiança por parte dos militantes, será uma porta aberta para que mais mulheres queiram participar ativamente na política e nos desígnios dos seus concelhos e dos seus distritos”.
Quanto a propostas, uma das primeiras passa pelo “fortalecimento das bases” locais, com Andreia Guerreiro a prometer “aumentar a mobilização dos militantes, através de várias atividades sociais”, sejam eventos temáticos ou de carácter formativo, e a “melhorar a participação e a capacidade de intervenção política” dos autarcas social-democratas.
“Os nossos eleitos precisam de apoio, porque as matérias autárquicas e legislativas são complexas e precisamos de dar mais apoio a este nível, assim como promover a proximidade às populações”, aponta Andreia Guerreiro, destacando outra das suas apostas: fomentar “programas de formação política” direcionados aos jovens social-democratas (JSD). “As nossas secções da JSD estão a crescer e a fazer um trabalho fantástico, a cativar mais jovens com vontade de participar na vida política, nomeadamente naquilo que são as decisões de futuro, e iremos dar-lhes a oportunidade de participarem mais ativamente no processo político”, explica.
No topo da agenda estarão também as autárquicas do próximo ano. Caso seja eleita, Andreia Guerreiro diz que a sua primeira preocupação será “ouvir os militantes e a comunidade” para começar a estruturar opções. Em paralelo promete trabalhar “de forma muito próxima” com Gonçalo Valente, eleito deputado por Beja nas últimas legislativas. “A eleição foi uma grande conquista nas últimas legislativas, não podemos nunca deixar de o apoiar, de maximizar o potencial do seu trabalho e ampliar também a sua capacidade de ação naqueles que são os maiores anseios das nossas populações”, defende a candidata.
Licenciada em turismo e com uma pós-graduação em sustentabilidade e bem-estar, Andreia Guerreiro foi coordenadora da Estratégia Provere liderada pelo Município de Almodôvar, que reuniu mais de 90 entidades públicas e privadas de todo o Alentejo, e no âmbito da qual têm vindo a ser executados projetos de capacitação do território, internacionalização e desenvolvimento de estratégias para alguns dos recursos endógenos.
Eleita deputada municipal em Almodôvar, foi número dois por Beja na lista da AD às últimas legislativas. “Estou convicta de que a minha experiência pode agregar valor à Comissão Política Distrital do PSD de Beja, e tenho a certeza de que, com o apoio dos militantes do distrito que estão comprometidos com esta lista, podemos alcançar os nossos objetivos e continuar a marcar uma diferença positiva na nossa comunidade”, escreveu numa mensagem dirigida aos militantes.