Mais um ano de atraso. Novo hospital (em princípio) só lá para meados de 2026

Nem 2024, como tinha sido anunciado. Nem 2025, como tinha sido prometido, já pelo atual Governo. O novo Hospital Central do Alentejo não estará pronto antes do primeiro trimestre de 2026. Luís Godinho (texto)

Não é a primeira, nem a segunda vez que a Alentejo Ilustrado se refere a atrasos na obra de execução do Hospital Central do Alentejo. Provavelmente não será a última. A nova data, avançada por fonte do Ministério da Saúde ao jornal “Público” é agora o primeiro trimestre de 2026, com a justificação de que “as obras estavam muito atrasadas” aquando da posse do atual Governo. 

A obra, adjudicada por cerca de 150 milhões de euros, mas cujo preço já “disparou” para, pelo menos, 205 milhões – o Ministério da Saúde não esclareceu esta questão nem à Alentejo Ilustrado nem às perguntas dos deputados do Bloco de Esquerda – continua a registar atrasos. E a causa destes atrasos continua por explicar.

“É evidente que o Governo não pode permanecer calado, está em causa a qualidade da prestação de cuidados médicos numa região que corresponde a um terço do país e os motivos pelos quais a construtora falha prazo após prazo têm de ser esclarecidos”, comenta fonte da ex-Administração Regional de Saúde do Alentejo.

Este novo atraso é anunciado dois meses depois da secretária de Estado da Gestão da Saúde, Cristina Vaz Tomé, ter assegurado na Comissão Parlamentar de Saúde que a data prevista para a inauguração era “meados” de 2025.

Na altura, diversas fontes ouvidas pela Alentejo Ilustrado colocaram em dúvida a possibilidade da inauguração ser feita nessa altura, desde logo pelo facto de ainda nem sequer serem conhecidos os termos do concurso ou dos concursos públicos para a aquisição de equipamento. 

“Estamos a falar de uma verba que inicialmente foi calculada em 30 milhões de euros”, diz fonte da Administração Regional de Saúde do Alentejo, sublinhando que esse montante “poderá escalar, talvez para mais de 50 milhões de euros”, tendo em conta a subida de preços nos últimos dois anos.

Ler mais: Governo confirma atrasos na obra do novo Hospital Central do Alentejo

Também por resolver continua o processo de expropriação dos terrenos onde serão construídos os acessos ao novo hospital (uma estrada com quatro faixas e 2,3 quilómetros) e instaladas as redes de abastecimento de água e saneamento básico. As expropriações deverão custar 450 mil euros, mas a verba ainda não foi transferida para a Câmara de Évora, a entidade que irá conduzir o processo.

Sem as expropriações estarem resolvidas, o presidente da Câmara, Carlos Pinto de Sá, não se tem mostrado disponível para lançar o concurso para a obra, orçada em 11,5 milhões de euros, quase o dobro do inicialmente previsto.

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