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Acidente aéreo em Beja: paraquedas do piloto não abriu

Sem controlo sobre a aeronave, o piloto que perdeu a vida no passado domingo, em Beja, conseguiu sair do avião e tento abrir o paraquedas. Mas a baixa altura a que ocorreu o acidente não o permitiu.

A colisão entre duas aeronaves durante uma acrobacia no Beja Air Show provocou “danos na fuselagem”, “inutilizando toda a secção da cauda”, e provocando “uma inevitável perda de controlo” de um dos aparelhos. Precisamente aquele cujo piloto viria a perder a vida.

Numa primeira nota informativa sobre o acidente, divulgada esta quarta-feira, o Gabinete de Prevenção e Investigação de Acidentes com Aeronaves (GPIAA), indica que os dados na fuselagem e a perda de controlo do aparelho levaram a aeronave a despenhar-se, “com um ângulo pronunciado e em posição invertida”, daí resultado “uma violenta colisão no solo com a subsequente explosão”.

Segundo a mesma fonte, o piloto conseguiu sair da aeronave “e iniciou o processo de abertura do paraquedas”. No entanto, “dada a baixa altura ao solo” a que o acidente ocorreu, “a calote do paraquedas não abriu e por esse motivo não teve qualquer ação de desaceleração do piloto tendo como consequência a sua morte imediata”. 

Já a outra aeronave, prossegue o GPIAA, “perdeu a hélice, o trem de aterragem esquerdo e uma secção significativa do bordo de ataque da semiasa esquerda”. Ao sentir a falta de tração, “e com dificuldades de controlo lateral” do aparelho, o piloto iniciou então um “voo picado” em direção à pista, acabando por conseguir aterrar. 

“Apesar da posição final invertida da aeronave como consequência da desaceleração brusca, ausência do trem esquerdo e fratura do trem de nariz, o piloto saiu pelos próprios meios e sem ferimentos”, revela a nota informativa, lembrando que, ainda assim, foi conduzido ao hospital de Beja “por precaução”, tendo obtido “alta” pouco depois.

Ainda de acordo com o Gabinete, que está a investigar as circunstâncias do acidente numa “comissão mista” partilhada com a Força Aérea Portuguesa, o acidente ocorreu com condições meteorológicas “propícias” à realização do voo. 

A investigação iniciada de imediato, e que se poderá prolongar por um ano, irá apurar as circunstâncias que originaram a colisão. Entre outros aspetos, revela a mesma fonte, irá detalhar “os fatores organizacionais e procedimentos de treino da equipa de exibição”, bem como a “operacionalidade e funcionamento” das aeronaves antes do festival e os “fatores humanos referentes à tripulação e restante equipa”, sendo “distinta de quaisquer processos judiciais ou administrativos que visem apurar culpas ou imputar responsabilidades”.

Também o Ministério Público já anunciou a abertura de um inquérito ao acidente.

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