Esta tomada de posição surge na sequência de uma reunião promovida pelo Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF), no âmbito do Plano Estratégico e de Acção do Javali em Portugal.
“A gravidade da situação, que muito afecta a agricultura, particularmente a agricultura familiar e as zonas de minifúndio, tem forçado muitos agricultores a deixar de produzir, por não conseguirem suportar os prejuízos”, diz fonte da CNA, recordando que um estudo da Universidade de Aveiro estima a existência de uma população de javalis superior a 280 mil animais.
“O problema assume dimensão nacional e agrava-se a cada ano que passa, mas este Governo, como os anteriores, nega-se a dar uma resposta eficaz aos agricultores e a compensação dos prejuízos não parece estar, sequer, em cima da mesa”, prossegue a Confederação, lembrando que o estudo, só por si, “não resolve a situação aflitiva dos agricultores, nem põe fim aos perigos que o problema representa para a segurança e saúde públicas”.
De acordo com a CNA, o Ministério da Agricultura e o Governo “não podem continuar a escudar-se em actualizações de estudos ou medidas de fraco alcance”, sendo “urgente” garantir a “atribuição de indemnizações, em tempo célere” para “ressarcir os agricultores dos prejuízos provocados por animais selvagens, bem como o controlo de densidade das populações e o seu controlo sanitário”.
A mesma fonte considera ainda que “a melhoria do rendimento dos agricultores passa por garantir que as explorações agrícolas não acumulem mais prejuízos às dificuldades que já enfrentam”. Por isso, conclui: “Tomar medidas para travar o abandono forçado da actividade é um passo importante para inverter a situação de desertificação humana das zonas rurais e os alarmantes défices de bens alimentares do nosso país”.