Água em tempo de crise: Fenareg lança debate na Ovibeja

No epicentro das preocupações nacionais e europeias, a água será o tema de um colóquio decisivo na Ovibeja. A ministra Maria da Graça Carvalho abre o debate promovido pela Fenareg, onde se discutem os impactos da geopolítica e das alterações climáticas na agricultura e nos recursos hídricos de Portugal.

A ministra do Ambiente e Energia, Maria da Graça Carvalho, vai abrir, no próximo dia 2 de maio, na Ovibeja, um colóquio sobre o papel estratégico da água e do regadio num tempo de incerteza geopolítica, alterações climáticas e reprogramação de fundos. O encontro insere-se no ciclo de conferências comemorativas do 20.º aniversário da Federação Nacional de Regantes (Fenareg) e terá lugar no auditório do Nerbe, a partir das 14h30.

Sob o lema “+ Água, + Futuro”, o evento pretende contribuir para uma “reflexão alargada sobre o impacto dos atuais desafios geopolíticos” na estratégia da água e na agricultura, incluindo os efeitos de conflitos armados, choques económicos e alterações climáticas.

Um contexto em que a Fenareg diz ser urgente “a modernização do regadio, tendo em conta a reprogramação do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) e “o desenho de um novo plano de armazenamento e de distribuição eficiente da água para a agricultura”. 

Lembrando que a água é um “recurso vital para a segurança alimentar, para o equilíbrio dos territórios e para a economia do país”, a Federação defende que o investimento na modernização das infraestruturas de regadio “é fundamental num país onde este sistema suporta mais de 60% da produção agrícola e mais de metade das explorações”.

“O setor agrícola nacional” – acrescenta – “nacional “tem potencial para gerar 74 milhões de euros por ano em receita fiscal e 320 milhões em valor acrescentado bruto, valor idêntico ao da TAP em 10 anos.

Recorde-se que o Governo apresentou em março a estratégia “Água Que Une”, prevendo cerca de 300 medidas e um investimento superior a cinco mil milhões de euros, com o objetivo de garantir um acréscimo de mais de mil milhões de metros cúbicos de água disponível em todo o território nacional nos próximos 15 anos.

Para a Fenareg, importa, contudo, questionar se estes planos têm em conta os novos riscos e dinâmicas geopolíticas, “tanto conflitos armados, como económicos, com que nos estamos a confrontar e que tanto impactam o sector”.

Em debate estarão ainda temas como a salvaguarda dos caudais nas nossas bacias internacionais e a forma de “proteger as infraestruturas críticas” como Alqueva – a maior reserva estratégica de água da Europa, com uma capacidade total de 4.150 milhões de metros cúbicos.

Para discutir estas questões, a Fenareg convidou especialistas como o coronel Carlos Mendes Dias, com vasta experiência em geoestratégia, que abordará o impacto da atual conjuntura internacional na segurança hídrica.

Por sua vez, José Pimenta Machado, presidente da Agência Portuguesa do Ambiente, refletirá sobre o papel da água como elemento estratégico e sobre os desafios da Convenção de Albufeira, que regula os caudais partilhados com Espanha e Álvaro Mendonça e Moura, presidente da CAP, encerrará o painel com uma intervenção sobre os desafios que se colocam à agricultura portuguesa neste novo contexto global.

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