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Águas de março deixam barragens alentejanas quase cheias

Alqueva está a 70 centímetros da cota máxima. Desde 2013 que o maior lago artificial da Europa não atinge o pleno. Barragem de Veiros já atingiu a capacidade máxima de ar- mazenamento, tal como outras quatro barragens alentejanas.

Cinco barragens alentejanas já atingiram o nível máximo de armazenamento de água. Entre elas está a Barragem de Veiros. De acordo com dados publicados pela Associação de Beneficiários do Perímetro de Rega de Veiros, a barragem está à cota máxima (269) pelo menos desde o passado dia 8 de março, atingindo os 10,3 milhões de metros cúbicos de água. É uma das raras vezes em que esta barragem, que assegura a rega a um perímetro com mais de mil hectares nos concelhos de Estremoz e Monforte, atinge o nível pleno de armazenamento.

Além de Veiros, também as barragens da Apartadura (Marvão), Maranhão, Montargil e Lucefecit já atingiram a sua capacidade máxima de armazenamento, o que não sucedia há vários anos devido à seca. Também a Barragem de Alqueva se aproxima da sua cota máxima. De acordo com a Empresa de Desenvolvimento e Infraestruturas do Alqueva (EDIA), na passada segunda-feira, dia 1 de abril, o nível de armazenamento tinha atingido a cota 151,28, faltando menos de 72 centímetros para chegar ao máximo.

A última descarga de superfície da barragem de Alqueva ocorreu no início de abril de 2013, quando o nível de água chegou à cota de 151,98 metros, a escassos dois centímetros da cota máxima. Na altura a barragem descarregou um total de 2.400 metros cúbicos por segundo (m3/s), o equivalente a uma piscina olímpica. No ano seguinte a barragem voltou a ficar praticamente cheia, mas nessa altura não houve necessidade de proceder a quaisquer descargas.

Mais a Norte, a Barragem da Apartadura já efetuou este ano, pelo menos, duas descargas de fundo, a última das quais no passado dia 26 de março. A Câmara de Marvão justificou a descarga pela previsão de forte precipitação na Serra de São Mamede: “O objetivo é repor o nível da albufeira à cota 594 metros e permitir ter alguma capacidade de encaixe, atenuando os possíveis efetos das chuvadas que se avizinham”. E que se verificaram.

Outra das barragens que se aproxima da cota máxima é a do Caia (está com 92,8% do volume de armazenamento preenchido). Mais baixas encontram-se as da Vigia (66,3%), Divor (63%) e Minutos (46,5%). No Baixo Alentejo a situação é mais preocupante, em particular na barragem do Monte da Rocha, a partir da qual é efetuado o abastecimento de água às populações de Ourique, Almodôvar, Mértola e Odemira, e que apenas atingiu 21,6% da sua capacidade máxima de armazenamento.

AGRICULTORES DEIXAM AVISOS

Apesar da situação de seca estar ultrapassada, a Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP) critica a “ausência de uma estratégia nacional para lidar com a escassez de água,”, considerando essencial “a concretização de investimentos nas obras públicas de regadio, promovendo a sua recuperação e modernização, e reduzindo ao mínimo as perdas que atualmente se verificam”. A CAP acrescenta ainda ser “absolutamente necessário realizar investimentos em infraestruturas de armazenamento e distribuição de água em todo o País, constituindo uma Rede Nacional da Água”. 

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