Ai Weiwei vai criar “obras inéditas que serão apresentadas em vários espaços da cidade, refletindo o conceito temático da bienal”, de acordo com a organização.
A Contextile do próximo ano, que terá como tema “Por um Fio”, propõe “uma reflexão sobre os tempos atuais – marcados por crises ambientais, sociais e económicas – e convoca a arte como uma ferramenta de resistência, cuidado e construção de novos futuros”.
A bienal irá ter exposições, residências artísticas, oficinas, performances, encontros e conversas, procurando envolver “não só artistas e profissionais da cultura, mas também o público em geral, as comunidades locais e os visitantes”.
Agora residente em Montemor-o-Novo, Ai Weiwei nasceu em 1957, em Pequim, trabalha, há décadas, sobretudo na área do documentário e artes visuais, mantendo uma postura crítica sobre a China em questões de direitos humanos, mas também em outros lugares onde existem refugiados ou perseguidos por questões políticas.
Em 2011, o artista, que fez parte da equipa que desenhou o estádio Ninho de Pássaro, em Pequim, esteve preso durante 81 dias, na China, sem acusação, apenas com alegações de crimes económicos, e, depois de libertado, passaram-se quatro anos até ser autorizado a sair do país.
“A razão pela qual eu faço o esforço é porque penso que devemos respeitar a vida. Todas as vidas. Todas as vidas foram criadas iguais por algumas forças desconhecidas. Todas têm potencial, sonhos, e todos esses sonhos podem ser desfeitos por causa de alguma loucura ou situação selvagem. Respeitar a vida é o objetivo. E nunca esquecer”, diz o artista.
Segundo Ai Weiwei, “isso significa que vimos de um caminho longo, de gerações de pessoas, que fizeram um esforço para chegar até nós hoje. E nós também temos de fazer o esforço pela próxima geração. Exigir certos valores, estabelecer certos valores, dizer não podes tocar nisso, é o mais precioso”.
Em 2023 recebeu um doutoramento honoris causa da Universidade de Évora.
Texto: Alentejo Ilustrado/Lusa | Nuno Veiga/Arquivo/Lusa











