Esta é a décima edição da nossa revista Alentejo Ilustrado. Todos os meses em sua casa ou num posto de venda, em qualquer localidade por todo o Alentejo. De Sines a Serpa, de Nisa a Aljustrel ou Mértola, qualquer pessoa no Alentejo pode folhear estas 32 páginas a cores. A sua assinatura, por uns “miseráveis” 30 paus por ano, leva-nos ao conforto do seu lar. É um sinal de vitalidade democrática e social, é um sinal de liberdade cívica e política.
A liberdade de imprensa vai muito além da extinção do afamado “lápis azul”. A presença de uma capacidade financeira, para que um órgão de comunicação social como o nosso consiga viver, é um contexto de liberdade ou não, da imprensa regional existir. Citando um entrevistado meu: de nada vale aplaudir-nos, se não nos apadrinharem.
Somos um facto, uma realidade para a união do Alentejo, a vossa voz de afirmação nacional, de e para todos nós alentejanos. Muitos dizem “são loucos!” por apostarmos neste projeto em papel, e o poeta responde-lhes que “a loucura comanda a vida”. Sem isso, Portugal jamais teria existido.
Chegarmos aqui com total independência, é um passo de gigante para uns, uma gota de água para outros. No entanto dada a penúria da comunicação social regional, uma gota de água reveste-se ser da maior importância. Disso temos diariamente testemunhos, provindos da administração local às populações em geral.
De há dois meses para cá, a Alentejo Ilustrado é uma águia bicéfala, de duas cabeças. Esta edição mensal em papel, e outra edição digital diária na internet. A primeira paga-se, a segunda é gratuita. A primeira e a segunda têm políticas editoriais diferentes, mas convergentes. Uma aborda temas aprofundando-os, outra lança notícias em formato mais curto. Ambas respiram o Alentejo, emancipando-o, engrandecendo-o.
Existem ogres que sobrevivem por serem antropófagos e se manterem bajuladores em troco de dezenas de milhares de euros dos contribuintes, pagos anualmente por inúmeros municípios alentejanos. Há que denunciá-lo, passa-se no jornalismo nacional, tal como há décadas que se passa por cá. No entanto, hoje, isso não faz qualquer sentido, como sobretudo, não é jornalismo. Todos o dizem na rua, e todos reconhecem que isso defende uma certa forma de caciquismo local.
Nós existimos pela força viva dos nossos assinantes! São as pessoas livres como você, lendo estas linhas, que aprovam que uma imprensa regional seja construtiva sem mordaças.
Obviamente que certas figuras públicas desconfiam de nós, porque não nos controlam. Esse tal controlo, pago pelo erário público. Conduzam por favor, os destinos dos vossos munícipes olhando em frente, e não pelo retrovisor. Se tanto se fala do cinquentenário do 25 de Abril, seria expectável aceitá-lo ao nível da imprensa, sobretudo quando o território que temos por cá é tão vasto e os sérios apertos de mão são tão raros. Aprendamos a dar as mãos entre nós, é tempo.
A Alentejo Ilustrado é um aperto de mão, de cada um formando uma cadeia de união entre todos. Foi para isso, que renascemos. Saibamos abraçar, sem necessidade de concordar em tudo. A tolerância só existe, se tivermos desacordos, e o diálogo só é profícuo, se escutarmos e respeitarmos a diferença: isto sim, é tolerância. É sabido que, os erros de comunicação geram mal-entendidos, e atrasam o futuro.
Lembre-se que gota a gota de água mole em pedra dura, tanto bate até que fura. E que gota a gota, seca a sede de todos nós. Proteja-se, ao abraçar esta realidade que é a Alen- tejo Ilustrado. Fale connosco.