Alexandre de Barahona: “Dia da Mulher”

A opinião de Alexandre de Barahona, jornalista e diretor-adjunto da Alentejo Ilustrado. Desenho de João Cutileiro.

Um dia mais um dia menos um dia para a mulher.

Para as mulheres discursarem iguais aos discursos dos homens.

Para as mulheres se encontrarem, comerem e beberem.

Para as mulheres rirem ébrias de emancipação, álcool e liberdade.

Um dia para elogios baratos, flores e lugares comuns.

Se algo uma mulher não deveria ser, nunca, é um lugar comum, um chavão.

Este dia mereceria bem mais que tudo isto. Não pelo papel da maternidade, uma mulher não o é, porque procria. Seria absurdamente limitativo.

O que é uma mulher? E que festeja ela no dia da mulher?

A mulher é um bulício de emoções.

É o saber ter razão e faltar-lhe à razão.

A mulher vele por cada lágrima chorada, sem vergonha, nem receio de chorar.

A mulher não deveria tentar enquadrar-se neste mundo de homens. Ela deveria alterá-lo e fazer a diferença.

Para isso, terá a mulher de saber sê-lo. Lado a lado, sem perdoar ao homem, sem estar na sombra, sem querer suplanta-lo.

A mulher é uma flor que jamais foi colhida. Porque, ao o ser, perde a veia, a cor, o cheiro, a suavidade do beijo, o pólen sagrado. Não se enganem, há flores para todos os gostos, até carnívoras.

Sejam, simplesmente. E simplesmente, não se deixem colher.

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