Alta velocidade Lisboa/Évora em simultâneo com novo aeroporto

O primeiro-ministro, Luís Montenegro, diz que o projeto para a ligação ferroviária de alta velocidade entre Lisboa e Évora decorrerá “em simultâneo” com o do novo aeroporto de Lisboa. Luís Godinho (texto) e Gonçalo Borges Dias/GPM (fotografia)

O objetivo de Portugal e Espanha é que a ligação ferroviária em alta velocidade (TGV) entre as duas capitais esteja concluída em 2030. “O compromisso do Governo espanhol em relação é 2030. Insisto, é o compromisso do Governo de Espanha e é o horizonte em que estamos a trabalhar”, disse o primeiro-ministro esta quarta-feira, em Faro, numa conferência de imprensa conjunta com o seu homólogo português, Luís Montenegro, no encerramento da cimeira ibérica que reuniu governantes dos dois países.

Do lado espanhol, a linha de TGV aproxima-se de Badajoz – o terminal multimodal foi inaugurado a semana passada -, do lado português, sublinhou Luís Montenegro, há um primeiro troço “que já está no terreno”. Trata-se da ligação entre Évora e a fronteira do Caia, que deverá entrar em exploração já no próximo ano. Depois faltará ligar Évora a Lisboa em alta velocidade, o que o primeiro-ministro garante que será conciliado “em simultâneo com o processo de construção do novo aeroporto de Lisboa”, em Alcochete, e com a terceira travessia sobre o Tejo.

“Estamos a trabalhar os dois governos para tentarmos conjugar os calendários de obra de uma e de outra ligação para se poderem executar no mais curto espaço de tempo”, acrescentou Luís Montenegro, classificando a ligação entre Lisboa e Madrid por TGV como a “segunda prioridade” do Governo português. A primeira será a ligação entre Porto e Vigo. Depois, acrescentou, será estudada uma ligação entre Faro, Sevilha e Huelva, o que segundo especialistas em transportes poderá “contribuir” para viabilizar a reabertura da ligação Beja/Funcheira, criando uma “redundância” à Linha do Algarve (Lisboa/Faro).

Além dos transportes, a cimeira ibérica ficou marcada pela assinatura de 11 acordos bilaterais, alguns dos quais com impactos no Alentejo. Num deles, os dois países comprometem-se a estabelecer um “caudal diário” mínimo no Rio Tejo, a partir da Barragem de Cedilho, e a definir “caudais mensais” no Rio Guadiana, junto ao Pomarão, “com vista a garantir o bom estado do estuário e a distribuição equitativa dos caudais disponíveis para o uso de ambos os Estados”.

“De igual modo”, refere a declaração final conjunta, “sublinham o reconhecimento das captações de água do Pomarão e de Bocachança, subordinando a sua exploração aos princípios estabelecidos na Convenção de Albufeira”.

Portugal e Espanha assinaram ainda um acordo para “regular a pesca profissional e lúdica (lazer e desportiva) no troço internacional do Rio Guadiana”, que deverá garantir “a igualdade de condições às comunidades piscatórias de ambas as partes, a par da proteção do ecossistema e da biodiversidade, assegurando a sustentabilidade da atividade da pesca”, e um outro relativo à construção de uma ponte internacional sobre o Rio Sever, entre Nisa e Cedillo (Espanha). Trata-se de um projeto com um investimento previsto de 11,9 milhões de euros, financiado pelo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).

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